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Aversão ao risco derruba Ibovespa aos 113 mil pontos, mesmo patamar de junho

Novos desdobramentos no conflito entre Israel e o Hamas aumentaram as tensões dos mercados nesta sexta-feira

Painel da B3: Ibovespa opera em queda nesta sexta-feira, 20 (Germano Lüders/Exame)

Painel da B3: Ibovespa opera em queda nesta sexta-feira, 20 (Germano Lüders/Exame)

Janize Colaço
Janize Colaço

Repórter de Invest

Publicado em 20 de outubro de 2023 às 10h40.

Última atualização em 20 de outubro de 2023 às 17h38.

O Ibovespa fechou em queda nesta sexta-feira, 20, de volta à casa dos 113 mil pontos. Na semana, o índice acumula baixa de -2,25%. Ainda que por aqui dados da “prévia do PIB” brasileiro tenham ficado abaixo do esperado, o que realmente impactou o pregão desta sexta foi a aversão ao risco que permeia os mercados globais. Isso porque a guerra entre Israel e o Hamas parece ainda estar distante do término, com a possibilidade de novos atores entrarem no conflito.

Após ser adiado para hoje, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) referente ao mês de agosto foi divulgado às 9h e trouxe resultados abaixo das estimativas. Na comparação com o mês anterior, o indicador caiu 0,77%. Especialistas projetavam uma queda um pouco menor, de 0,3%. Ainda assim, no acumulado do ano, houve avanço de 2,82% — o que representa uma alta de 1,28% frente ao mesmo período de 2022.

Na visão de Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos, o resultado ruim vem como um reflexo direto de outros números apresentados. "Inclusive, do nível de arrecadação das prefeituras e do próprio governo federal. Esses dados começam a conversar um pouco mais com os resultados que temos visto de alguns outros indicadores, como a atividade de varejo e tudo mais."

Ibovespa hoje

IBOV: -0,74%, aos 113.155 pontos.

Fora do Brasil, as atenções seguiram voltadas aos desdobramentos do conflito no Oriente Médio. Na noite de ontem, caças israelenses fizeram uma ofensiva na Faixa de Gaza. As Forças de Defesa de Israel (FDI) informaram que os ataques focaram em mais de 100 alvos do Hamas. Por outro lado, informações vindas do lado palestino destacam que civis também foram atingidos. Khan Younis, perto da fronteira com o Egito e onde há brasileiros esperando por resgate, foi uma das cidades bombardeadas e há relatos apontando que refugiados, incluindo crianças, foram vitimadas. 

A ajuda humanitária em Gaza, que deveria começar hoje, foi adiada para amanhã pela ONU. E as tensões ficaram mais latentes quando autoridades americanas informaram ter interceptado mísseis que saíram do Iêmen em direção a Israel. Esse fato alimentou o temor de que outros países entrem no conflito, sobretudo o Irã, já que a região é a principal produtora de petróleo do mundo. Não por acaso, os Estados Unidos ontem anunciaram que parte das sanções contra Venezuela foram suspensas.

Esses fatos alimentaram a aversão ao risco observado nos principais índices globais, pontua Dierson Richetti, especialista em investimentos e sócio da GT Capital. “Não sabemos ainda o quanto a guerra pode impactar, seja nas relações internacionais, seja principalmente na questão de petróleo, ou se novos países podem se envolver com isso.”

Em meio às incertezas, a cotação do petróleo abriu em alta, com a barreira dos US$ 90 sendo ultrapassada, mas virou para o negativo ao longo do dia. O barril do Brent caiu 0,24%, a US$ 92,16. Já o WTI teve baixa de 0,33%, a US$ 88,08 o barril. E por falar na commodity, os investidores repercutiram no Ibovespa hoje a redução no preço do litro da gasolina vendida a distribuidoras pela Petrobras, anunciado ontem à noite. Após abrirem com alta, as ações ordinárias e preferenciais fecharam com quedas de 1,09% e 1,41%, respectivamente. 

Dólar hoje

O dólar hoje fechou em queda. Nesta sexta, a moeda americana caiu 0,43%, a R$ 5,031. Na última quinta, o dólar fechou em queda de 0,03%, cotado a R$ 5,053.

Maiores altas do Ibovespa

Entre os destaques positivos da bolsa nesta sexta, ficaram os papéis da Natura e Casas Bahia. "NTCO3 acredito ser uma alta mais motivada por uma montagem de posição, por ser uma relação risco retorno para o investidor interessante, além do cenário de queda de juros. Com essa queda dos juros futuros, também temos em alta papéis como Casas Bahia, Locaweb e Soma", pontua Richetti.

Maiores quedas do Ibovespa

Já a ponta negativa do IBOV, a atenção ficou com as mineradoras. "CSNA3 caiu muito em decorrência da queda do minério de ferro hoje, que ocorre por conta das preocupações com a produção de aço e crise na China. A VALE3 também caiu por conta do minério, mas Outro fator que pesou nas ações hoje: o pedido de indenização de R$ 100 bilhões feito por defensorias e ministérios públicos por conta do rompimento da barragem em Mariana", salienta o sócio da GT Capital.

Como é calculado o índice Bovespa?

Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice. 

Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.

Que horas abre e fecha a bolsa de valores?

O horário de negociação na B3 vai das 10h às 17h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 17h25 e 17h30. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.

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