O desempenho positivo tem por trás a divulgação de dados de produção industrial do país (Gustavo Scatena/Divulgação)
Redação Exame
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 10h27.
Última atualização em 2 de dezembro de 2025 às 17h59.
A poucos minutos do fechamento, o Ibovespa ampliou os ganhos nesta terça-feira, 2. Depois de superar os 160 mil pontos pela primeira vez logo no início do pregão, o índice avançou ainda mais e atingiu o nível inédito de 161 mil pontos.
Com a alta, o principal índice acionário da B3 reverte a queda da véspera, quando predominou um clima de maior cautela no mercado, e se aproxima dos 161 mil pontos.
Ao longo do dia, a bolsa brasileira renovou por mais de quatro vezes o recorde intradiário. Às 17h51, o índice tocou os 161.031 pontos, com alta de quase 2%.
O desempenho positivo tem por trás a divulgação de dados de produção industrial do país. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a atividade registrou alta em outubro de 0,1% na comparação com o mês anterior, o representa uma queda de 0,5% na comparação com com o mesmo período do ano passado.
O resultado ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava alta de 0,4% na variação mensal e de 0,2% na base anual.
A produção industrial de outubro também reforça a percepção de que há espaço para o Banco Central (BC) iniciar o ciclo de cortes de juros no próximo ano, ainda que o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, siga adotando um tom mais conservador ou "hawkish", no jargão do mercado.
"A produção industrial, por ser mais intensiva em capital, é mais sensível à política monetária, e o aperto das condições financeiras deve continuar sendo uma força contrária para o setor nas próximas leituras. Esperamos continuidade da tendência de acomodação, com o setor encerrando o ano com alta de 0,5%", disse André Valério, economista-sênior do Inter.
A possibilidade de um corte da Selic tem levado, inclusive, a uma alta dos papéis cíclicos domésticos. A Vale (VALE3), com peso na composição do índice, avançava 0,25%, após a mineradora atualizar suas projeções para os próximos cinco anos.
A mineradora realiza nesta terça o Vale Day, encontro anual da Vale com analistas de mercado de capitais, em Londres, com a participação do presidente Gustavo Pimenta.
Por volta das 16h03, o dólar ampliava as perdas, caindo 0,47% frente ao real, vendido a R$ 5,334.
Seguindo o movimento de alta do Brasil, os principais índices de Nova York também avançam em meio a expectativas de corte de juros pelo Federal Reserve (Fed) na reunião do próximo dia 10.
Por volta das 15h14, o índice Dow Jones subia 0,20%; o S&P 500 avançava 0,13%, e o Nasdaq 100 tinha alta de 0,61%. As ações de tecnologia também avançavam, com destaque para os papéis da Nvidia, alta de 0,99%, após a companhia anunciar parcerias.
As bolsas da Europa, que subiram ao longo do dia com impulso do setor bancário após o Banco da Inglaterra (BoE) flexibilizar os requisitos de capital para instituições financeiras, perderam o fôlego e fecharam em direções oposta. Na região, os mercados também avaliam novos dados sobre a inflação na zona do euro, enquanto as negociações de paz na Ucrânia seguem no radar.
No fechamento, o índice Stoxx 600 ficou praticamente estável, com leve alta de 0,04%. O FTSE 100, do Reino Unido, ficou estável, com ligeiro recuo de 0,01%; o Dax, da Alemanha, avançou 0,51% e o CAC 40, da França, caiu 0,28%.
Os principais índices asiáticos também encerraram as negociações desta terça sem direção. A bolsa de Nikkei, no Japão, fechou estável, ainda refletindo as declarações do presidente do Banco do Japão (BoJ), Kazuo Ueda, indicando possibilidade de alta da taxa de juros ainda neste ano.
O índice de referência da Coreia do Sul, o Kospi subiu 1,90%, assim como Hang Seng, de Hong Kong, que terminou o pregão em alta de 0,2%. Na China continental, o Xangai Composto caiu 0,50%, e o Shenzhen Composto também perdeu 0,7%. Em Taiwan, o índice Taiex ganhou 0,8%, e na Oceania, o S&P/ASX 200 fechou em alta de 0,17%.