Bolsa (Germano Lüders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 10h32.
Última atualização em 11 de dezembro de 2025 às 12h30.
O Ibovespa inverteu o sinal e passou a avançar nas negociações nesta quinta-feira, 11, com os investidores analisando as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Por volta das 12h, o principal índice acionário da B3 registrava leve alta de 0,09%, aos 159.222 pontos.
As ações de grandes bancos impulsionavam o índice, entre as mais negociadas estão a do Bradesco (BBDC4), com alta de 0,98%. As units do Santander (SANB11) e BTG (BPAC11) avançam 0,78% e 1,44%, respectivamente. Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3), por outro lado, recuam 0,14%.
Na sessão passada, o Ibovespa avançou com o terceiro corte nos juros dos Estados Unidos diante da decisão do Federal Reserve (Fed, o banco central do país), que reduziu a taxa em mais 0,25 ponto percentual, levando-a para o intervalo 3,50% a 3,75%.
Após o fechamento do mercado, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic no patamar atual, de 15%a ao ano, como esperado, mas deixou em aberto os próximos passos. Ainda que não tenha eliminado a chance de um corte de juros em janeiro, as apostas de início do ciclo de afrouxamento monetário já na próxima reunião tendem a perder força diante da falta de sinalização, segundo o Bradesco BBI.
"O comunicado foi mais duro do que esperávamos", acrescentou Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú. O banco destaca que os membros do Copom afirmaram que a estratégia de política em curso é "adequada", o que sugere continuidade.
"O comunicado estabelece uma barra alta para um corte em janeiro. Saberemos mais sobre a estratégia do Copom com a divulgação da ata na terça-feira, quando poderemos revisitar nossa projeção de curto prazo. Mantemos um ciclo de afrouxamento de 225 pontos-base, com a taxa Selic encerrando o ano em 12,75% ao ano", disse o Itaú.
David Beker, chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America, também avalia que apesar do desenvolvimento favorável da perspectiva inflacionária, a comunicação do das autoridades monetárias no Brasil inclina-se "para o lado hawkish", como diz o mercado em referência a uma postura mais rígida para combater a inflação, priorizando o aumento das taxas de juros e a restrição monetária.
O mercado ainda observa o volume de vendas no varejo restrito, que subiu 0,5% em outubro, ante estimativas de queda de 0,1%.
Já o dólar abriu as negociações perto da estabilidade, caiu e vem intensificando as perdas. Às 12h25, a moeda americana recuava 1,12%, cotada a R$ 5,408.
Enquanto a bolsa brasileira recua desde a abertura, os principais índices de Nova York operam em direções opostas. O Dow Jones é o único em alta, com avanço de 0,48%, às 11h52.
Já o S&P 500 e o Nasdaq recuam 0,75% e 1,40%, respectivamente, com as perdas no setor de tecnologia, reflexo dos resultados da Oracle, que vieram abaixo das expectativas do mercado.
Se a tendência se firmar, as bolsas dos EUA vão fechar como as asiáticas, que também apresentaram desempenho misto nesta quinta. No Japão, o índice Nikkei 225 caiu 0,9%, assim como o Kospi, da Coreia do Sul, que caiu 0,6%. O índice Taiex, de Taiwan, fechou em queda de 1,3%, enquanto o BSE Sensex da Índia subiu 0,4%.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, chegou a abrir em alta, mas fechou estável, com a decisão da Autoridade Monetária de reduzir os custos de empréstimo para 4%, a menor taxa desde outubro de 2022. O índice Xangai Composto caiu 0,7%, para 3.873,32 pontos, e o Shenzhen Composto também registrou perdas de 0,6%.