Ibovespa: bolsa repercute PCE dos Estados Unidos (Germano Lüders/Exame)
Redação Exame
Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 10h30.
Última atualização em 5 de dezembro de 2025 às 11h10.
Após o Ibovespa superar os 164 mil pontos na quinta-feira, 4, e emplacar o terceiro recorde duplo consecutivo, o principal índice de referência da B3 ronda a estabilidade nesta sexta-feira, 5, se mantendo acima dos 164 mil pontos às 11h.
O dólar, que abriu em queda as negociações, subia 0,16% a R$ 5,319, no mesmo horário, em um movimento contrário ao das últimas três sessões.
No pregão anterior, o índice foi impulsionado pelo desempenho de bancos e varejistas e pela percepção de que a desaceleração do PIB abre espaço para cortes de juros no país. A atenção agora se volta para a divulgação do Índice de Preços ao Produtor (IPP).
Segundo os dados divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação ao produtor recuou 0,48% em outubro, marcando a nona taxa negativa seguida. O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma queda de 1,82%. Em setembro, o IPP havia caído 0,24% sobre o mês anterior.
O dado mostra a variação dos preços na saída das fábricas e pode antecipar movimentos futuros no IPCA.
De olho no global, os mercados globais começaram o dia monitorando uma bateria de indicadores relevantes, com destaque para os Estados Unidos e a Zona do Euro. Às 7h, foi divulgado o PIB do terceiro trimestre do bloco europeu, que avançou 0,30%, acima da leitura anterior de +0,1% e acima do consenso de +0,2%; na comparação anual, o crescimento foi de 1,4%, em linha com o esperado.
Já nos Estados Unidos, os investidores aguardam, às 12h, a divulgação do Índice de Preços de Consumo Pessoal (PCE) de setembro nos EUA — o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, banco central americano).
Mesmo atrasado pelo longo shutdown, o dado é visto como crucial para calibrar as apostas sobre a trajetória dos juros na maior economia do mundo. O consenso LSEG projeta alta de 0,3% na comparação mensal e de 2,8% na base anual.
No mesmo horário, a Universidade de Michigan publica a prévia da confiança do consumidor de dezembro, que ajuda a medir o humor das famílias em relação à renda, emprego e atividade econômica, oferecendo pistas adicionais sobre pressões inflacionárias.
No Brasil, o mercado ainda repercute o Produto Interno Bruto (PIB), que registrou variação positiva de 0,1% no terceiro trimestre de 2025 ante os três meses anteriores, segundo o IBGE. O resultado veio abaixo da expectativa de até 0,2%, reforçando a leitura de fraqueza da atividade.
A surpresa baixista fez crescer, na curva de juros, as apostas de queda da Selic em janeiro, movimento que contrasta com a postura mais conservadora defendida pelo presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo.