Painel da B3, a bolsa de valores brasileira (Germano Lüders/Exame)
Repórter de Invest
Publicado em 1 de fevereiro de 2024 às 10h33.
Última atualização em 1 de fevereiro de 2024 às 18h14.
O Ibovespa desta quinta-feira, 1º, fechou em alta. O principal índice da bolsa de valores brasileira avançou 0,57%, aos 128.481 pontos. Depois de uma Superquarta cujas decisões monetárias vieram em linha com as expectativas, o pregão de hoje foi marcado pela valorização de ativos que são favorecidos pela queda do juro. Já no radar corporativo, a Petrobras (PETR4) figurou entre as principais altas da sessão.
Na véspera, o principal destaque ficou com as decisões do Banco Central e do Federal Reserve. Nos Estados Unidos, a autoridade monetária sinalizou que o início dos cortes de juros ficará, provavelmente, para depois de março – fato que levou o mercado a precificar uma menor probabilidade de o Fed iniciar os cortes no referido mês.
“O Fed foi bem claro ao anunciar a manutenção da taxa de juros e ao sinalizar que os cortes não serão de imediato. Assim, tornando pouco provável que a queda do juro aconteça em março, embora tenha admitido que o comitê procura uma flexibilização para ainda neste ano”, diz Fernando Ferrer, analista da Empiricus. Não por acaso, o CME FedWatch mostra que as apostas de corte em março caíram de 53% um dia antes para perto de 35%, com o cenário de manutenção da taxa se tornando o mais provável.
IBOV: +0,57%, aos 128.481 pontos.
Já no Brasil, embora a Selic tenha sido cortada em 0,5 ponto percentual, a 11,25%, o Copom afastou a possibilidade de acelerar o ritmo de queda — como vinha sendo especulado pelo mercado. Para economistas, pode não haver clima para isso, já que as expectativas do mercado para a inflação e do próprio Banco Central estão acima do centro da meta de 3% para este e o próximo ano.
Fica também no radar dados dos investidores o PMI industrial chinês, medido pela S&P Global/Caixin, que ficou inalterado em 50,8 no mês passado, com a leitura acima de 50 sugerindo modesta expansão na manufatura pelo terceiro mês consecutivo. O dado diverge do PMI oficial da indústria chinesa, que subiu levemente a 49,2 em janeiro, mas apontou contração no setor pelo quarto mês seguido.
Enquanto isso, na zona do euro a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI) desacelerou levemente em janeiro, a 2,8%, mas ficou levemente acima do esperado, em um momento de incertezas sobre quando o Banco Central Europeu (BCE) poderá começar a reduzir juros. A taxa de desemprego do bloco, por sua vez, permaneceu na mínima histórica de 6,4% em dezembro. Já o PMI industrial da zona do euro de janeiro subiu para 46,6 em janeiro, confirmando estimativa preliminar, mas continuou abaixo da barreira de 50 que indica contração da manufatura.
No radar corporativo, a Petrobras (PETR4) subiu, mesmo com a queda do petróleo lá fora. Depois de oscilar, o barril do Brent para abril recuou 2,30%, cotado a US$ 78,70. Apesar da volatilidade da commodity, após um evento em Nova York da petroleira, o Goldman Sachs reiterou a recomendação das ações e ainda sinalizou que é possível que a empresa pague até US$ 7 bilhões em dividendos em março. Mas, é claro, o banco sinalizou que o montante dos proventos depende da conduta da administração da estatal.
Entre as ações que mais subiram no Ibovespa hoje, destaque para as companhias varejistas e ligadas ao turismo — como o Pão de Açúcar, Carrefour e CVC. “Os investidores buscam oportunidades em empresas que podem ter uma grande valorização com as quedas de juros, o que fez aparecer entre as maiores altas do IBOV”, diz Anderson Silva, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital.
Já entre as ações que mais caíram no pregão, Silva pontua que a 3R Petroleum pode estar sendo impactada por um movimento de correção de lucros. “É importante enfatizar que 2024 não será um ano fácil. Depois de um grande movimento de alta no final de 2023, o mercado tem espaço para correção.”
O dólar fechou em queda nesta quinta-feira. Hoje, a moeda americana caiu 0,45% a R$ 4,915. Na quarta-feira, o dólar fechou em queda de 0,16%, cotado a R$ 4,937.
Principal índice de ações da bolsa brasileira, a B3, o Ibovespa é calculado em tempo real, baseado na média do desempenho dessa carteira teórica de ativos, cada uma com seu peso na composição do índice.
Funcionando como um termômetro do desempenho consolidado das principais ações para o mercado, cada ponto do Ibovespa equivale a 1 real. Por isso, se o IBOV está em 100.000 pontos, isso quer dizer que o preço da carteira teórica das ações mais negociadas é de 100.000 reais.
O horário de negociação na B3 vai das 10h às 18h. A pré-abertura ocorre entre 9h45 e 10h, enquanto o after-market ocorre entre 18h25 e 18h45. Já as negociações com o Ibovespa futuro ocorrem entre 9h e 17h55.