Ibovespa: índice manteve os 159 mil pontos (Patricia Monteiro/Bloomberg via/Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 11 de dezembro de 2025 às 18h35.
Última atualização em 11 de dezembro de 2025 às 18h36.
O Ibovespa fechou em alta nesta quinta-feira, 11, sustentado principalmente por dados fortes do varejo e pela queda dos juros futuros longos. O movimento também refletiu o apetite por carry trade — quando o investidor tira recursos de países com juros baixos para aplicar onde os juros estão altos. Isso em meio à expectativa de continuidade do afrouxamento monetário nos EUA e Selic elevada por mais tempo aqui.
A principal referência acionária da B3 subiu 0,07%, aos 159.184 pontos. Dos 82 papéis que compõem o índice, 46 fecharam em alta e 8 estáveis.
Na quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, o banco central do país) promoveu o terceiro corte nos juros dos Estados Unidos, levando a taxa de juros para o intervalo 3,50% a 3,75%. Já o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a Selic no patamar atual, de 15%a ao ano, como esperado, mas deixou em aberto os próximos passos. Ainda que não tenha eliminado a chance de um corte de juros em janeiro, as apostas de início do ciclo de afrouxamento monetário já na próxima reunião tendem a perder força diante da falta de sinalização, segundo o Bradesco BBI.
As ações de grandes bancos impulsionaram o índice, entre as mais negociadas estão a do Bradesco (BBDC4), com alta de 0,87%. As units do Santander (SANB11) e BTG (BPAC11) avançaram 0,75% e 2,53%, respectivamente. Os papéis da Vale (VALE3), de peso no Ibovespa, também avançaram 1,34%.
O grande destaque foi a alta de 4,15% das ações da Hapvida (HAPV3).
Por outro lado, os destaques negativos foram as ações da Suzano (SUZB3), que recuaram 4,26%, seguidas por Magalu (MGLU3), com baixa de 4,10%, Usiminas (USIM5), com queda de 2,93%, e por Petrobras PN (PETR4), que caiu 2,13%. As ações da petroleira recuaram acompanhando a queda do preço do barril de petróleo no mercado internacional.
"O comunicado foi mais duro do que esperávamos", acrescentou Mario Mesquita, economista-chefe do Itaú. O banco destaca que os membros do Copom afirmaram que a estratégia de política em curso é "adequada", o que sugere continuidade.
"O comunicado estabelece uma barra alta para um corte em janeiro. Saberemos mais sobre a estratégia do Copom com a divulgação da ata na terça-feira, quando poderemos revisitar nossa projeção de curto prazo. Mantemos um ciclo de afrouxamento de 225 pontos-base, com a taxa Selic encerrando o ano em 12,75% ao ano", disse o Itaú.
David Beker, chefe de economia para Brasil e de estratégia para América Latina do Bank of America, também avalia que apesar do desenvolvimento favorável da perspectiva inflacionária, a comunicação das autoridades monetárias no Brasil inclina-se "para o lado hawkish", como diz o mercado em referência a uma postura mais rígida para combater a inflação, priorizando o aumento das taxas de juros e a restrição monetária.
O mercado ainda repercutiu o volume de vendas no varejo restrito, que subiu 0,5% em outubro, ante estimativas de queda de 0,1%.
Enquanto a bolsa brasileira fechou em alta, os principais índices de Nova York encerram a sessão em direções opostas. O Dow Jones subiu 1,34%, atingindo um novo recorde aos 48.704 pontos, impulsionado pelo corte de juros do Fed. Os resultados decepcionantes da Oracle, porém, estimularam uma migração de investidores das ações de tecnologia de alto desempenho para empresas mais ligadas ao crescimento da economia americana.
O S&P 500 registrou leve alta 0,21%, enquanto o Nasdaq recuou 0,26% pressionado pelas perdas no setor de tecnologia, após a Oracle divulgar números abaixo das expectativas do mercado.