Invest

Fundo soberano da China de US$ 1 tri ganha 12% em ‘ano atípico’

O China Investment Corp manteve sua posição de investidor de longo prazo, apesar das oscilações do mercado

China: “Resistimos ao teste de ondas e ventos fortes e apresentamos retornos relativamente bons", explica o China Investment Corp (halduns/Getty Images)

China: “Resistimos ao teste de ondas e ventos fortes e apresentamos retornos relativamente bons", explica o China Investment Corp (halduns/Getty Images)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 4 de março de 2021 às 15h20.

O China Investment Corp. (CIC) teve retorno de mais de 12% em investimentos no exterior em 2020 em meio aos ganhos dos mercados impulsionados por políticas monetárias frouxas, o que marca um ano de avanço para o fundo soberano de US$ 1 trilhão.

Os retornos não auditados mostram a média móvel de 10 anos do fundo de Pequim em mais de 6,6%, superando a meta. A vice-presidente executiva Zhao Haiying espera mercados mais calmos neste ano, mesmo enquanto autoridades monetárias tentam estimular o crescimento sem acelerar a inflação.

“2020 foi um ano muito atípico”, disse Zhao, que também faz parte da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, em entrevista antes das reuniões anuais do principal órgão consultivo em Pequim.

 

 

O CIC manteve sua posição de investidor de longo prazo, apesar das oscilações do mercado, disse Zhao. “Resistimos ao teste de ondas e ventos fortes e apresentamos retornos relativamente bons.”

A empresa manterá a estratégia de aumentar os investimentos alternativos e diretos para 50% do portfólio global antes do final de 2022. O fundo se aproximou dessa meta no ano passado, mesmo depois de a contribuição desses ativos ter caído em 2019 em meio ao rali das ações, disse, sem fornecer detalhes.

“O ano passado foi um teste para nós em termos de retorno do portfólio e gestão de investimento, mas foi muito bem”, disse Zhao. O CIC ajustou sua alocação com posição “overweight” em ações de tecnologia e empresas asiáticas, disse Zhao. O índice MSCI World subiu 14% em 2020, após se recuperar das fortes quedas no início do ano.

Fundos bilaterais

O CIC também avançou com seus fundos bilaterais, uma tentativa de estabelecer laços mais fortes com parceiros para enfrentar o crescente protecionismo. Quatro fundos conjuntos, lançados respectivamente com contrapartes na Itália, França, Japão e Reino Unido, completaram as primeiras rodadas de captação de fundos no ano passado e fecharam um total de oito transações, disse Zhao.

Estabelecido em 2007 para administrar parte das reservas cambiais da China, o CIC não pode fazer negócios dentro do país. Mas ainda pode se beneficiar do crescimento da segunda maior economia do mundo, investindo em empresas chinesas listadas no exterior e ativos não chineses que visam o mercado chinês ou o comércio com a China, disse Zhao.

Uma das empresas do portfólio do Fundo de Cooperação Industrial China-EUA, para o qual o CIC contribuiu com fundos, registrou forte crescimento no mercado chinês no ano passado enquanto as vendas caíam em outros países devido à pandemia, em outro exemplo de “como a China pode contribuir para a expansão global”, acrescentou.

Apesar das tensões bilaterais entre China e EUA, o fundo, lançado em 2017, fechou dois acordos após levantar US$ 2,5 bilhões, com o segundo investimento feito no ano passado em uma empresa de manufatura americana, disse, sem divulgar mais detalhes.

Acompanhe tudo sobre:BloombergChinaInvestidoresMercado financeiro

Mais de Invest

Procon abre novo procedimento de fiscalização contra a Enel por falta de energia em SP

Luigi Mangione se declara inocente de acusações de assassinato no caso da morte de CEO nos EUA

BB Seguridade distribuirá R$ 7,1 bilhões em dividendos aos acionistas

Os destaques do mercado em 2024: criptomoedas, Inteligência Artificial e surpresas globais