Invest

FMI alerta que Argentina precisa reforçar reservas cambiais

A escassez de reservas voltou a preocupar investidores após a derrota do governo de Milei em eleições provinciais em setembro

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 4 de dezembro de 2025 às 20h34.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou o governo de Javier Milei sobre a necessidade de reforçar suas reservas cambiais, reconhecendo que cumprir a meta até o final do ano será um desafio para a Argentina. As informações são da Bloomberg.

“Nesta fase, atingir a meta de reservas para o final do ano será um desafio”, disse a porta-voz do FMI, Julie Kozack, em coletiva de imprensa em Washington. “No entanto, continua sendo essencial que as autoridades façam um esforço conjunto no período que se avizinha para reconstruir as reservas internacionais.”

O alerta do FMI intensifica o debate entre a equipe do presidente Javier Milei e investidores sobre a necessidade de reformular a política cambial, tradicional ponto crítico dos programas argentinos com o fundo. Kozack destacou que é essencial implementar um quadro monetário e cambial consistente e robusto para apoiar a acumulação de reservas, mas evitou especular sobre a possibilidade de a Argentina solicitar uma isenção por eventual descumprimento.

Em sua última avaliação, o FMI já havia flexibilizado a meta: a Argentina precisa elevar suas reservas líquidas até o fim do ano para desbloquear a próxima parcela de fundos do FMI, cerca de US$ 5 bilhões a menos do que a meta anterior. Atualmente, as reservas argentinas estão em US$ 2,6 bilhões negativos.

Buenos Aires concorda com o FMI

O ministro da Economia, Luis Caputo, afirmou que o governo concorda com o objetivo do FMI e que a acumulação de reservas se tornará mais fácil no período que se aproxima - isso graças a um maior acesso a financiamento. Caputo reiterou ainda o compromisso do governo com a política cambial e disse que o país avalia ofertas de bancos entre US$ 6 bilhões e US$ 7 bilhões para cobrir pagamentos de títulos de janeiro.

Desde o início do programa do FMI, em abril, o peso argentino tem flutuado dentro de uma banda de 1% para cima ou para baixo a cada mês. No entanto, a moeda tem se aproximado constantemente do limite superior, enquanto a inflação mensal gira em torno de 2%. Para evitar injetar pesos e pressionar ainda mais a inflação, o banco central não compra reservas dentro dessa faixa e precisaria vender dólares caso o limite superior seja atingido, o que colocaria em risco as reservas escassas de moeda forte.

A escassez de reservas voltou a preocupar investidores após a derrota do governo de Milei em eleições provinciais em setembro, que provocou uma onda de vendas no mercado. Desde a vitória do partido de Milei nas eleições nacionais de meio de mandato em outubro, investidores pressionam o governo para aproveitar o otimismo do mercado e ajustar a política cambial para acumular reservas de forma mais rápida.

Acompanhe tudo sobre:FMIArgentinaJavier Milei

Mais de Invest

Por que a Bolsa sobe tanto? Índice alcançou os 164 mil pontos pela 1ª vez

Ibovespa supera os 164 mil pontos e emplaca 3ª recorde duplo seguido

Corrida dos dividendos: R$ 68 bilhões foram anunciados desde novembro, diz BTG

Paramount acusa Warner de favorecer Netflix na disputa pela venda: 'Injusto'