Bolsas: mercados mostraram leve piora na primeira semana de 2024 (LightRocket/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 9 de janeiro de 2024 às 18h27.
Os investidores estrangeiros reduziram as apostas que se beneficiam de uma valorização do dólar contra o real em meio à melhora da demanda global por ativos de risco.
Depois de atingir o pico histórico de US$ 62,5 bilhões em meados de dezembro, os estrangeiros reduziram a posição comprada em derivativos cambiais para US$ 54,3 bilhões no fechamento de 2023, segundo dados da B3 e compilados pela Bloomberg.
O movimento seguiu visão de que o Federal Reserve, o banco central dos EUA, teria espaço para iniciar um ciclo de cortes de juros em março, o que contribuiu para um rali das bolsas e títulos no fim do ano passado. No período, o dólar frente ao real caiu do patamar próximo de R$ 4,97 até a casa de R$ 4,82.
Os mercados mostraram leve piora na primeira semana de 2024. A redução do apetite ao risco voltou a fortalecer o dólar globalmente e a moeda americana já sobe cerca de 1% no acumulado do ano contra o real. Na sexta-feira, último dado disponível, a exposição dos operadores internacionais voltou a subir para US$ 57,1 bilhões, em função da cautela externa, que também pesou sobre o câmbio e a bolsa.
“Fundamentalmente, a postura construtiva para o real permanece intacta”, disse Peter Kinsella, responsável pela estratégia global de câmbio do Union Bancaire Privée, em entrevista.
Segundo ele, a “enorme” melhora na dinâmica da balança comercial — que contribuiu para o fluxo positivo de dólares para o Brasil — e um rápido declínio na inflação externa são fatores favoráveis para a moeda. “Tudo isso é altamente benéfico para o câmbio,” afirma Kinsella.
Na ponta oposta, os fundos de investimentos domésticos ampliaram a aposta a favor da moeda brasileira no período. A posição vendida em dólar, que ganha com a perda de valor da divisa americana, aumentou de US$ 11,1 bilhões para US$ 16,1 bilhões, perto das mínimas históricas.