Eletrobras (ELET3): ação está barata e pode subir até 41%, diz BTG
Papel é uma das escolhas preferidas do banco no setor; recomendação é de compra
Beatriz Quesada
Publicado em 11 de julho de 2022 às 15h19.
As ações da recém-privatizada Eletrobras (ELET3) estão atrativas e ainda podem subir até 41%. A conclusão é dos analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME ), que retomaram, nesta segunda-feira, 11, a cobertura das ações da elétrica.
As recomendações haviam sido suspensas no período da oferta secundária de ações (follow-on) da Eletrobras, que levantou R$ 33,7 bilhões e viabilizou a privatização da companhia. Os novos papéis em circulação diluíram o capital da União na empresa de 59% para 37%.
O BTG recomenda a compra das ações ordinárias da empresa (ELET3), com preço-alvo de R$ 62. O valor pressupõe um potencial de valorização (upside) de 41% frente ao último fechamento da ação, cotada a R$ 43,95.
O preço-alvo é abaixo dos R$ 68 que a casa recomendava para a Eletrobras antes da privatização. Por outro lado, o valor fica acima dos R$ 42 a que foram vendidos os novos papéis no follow-on.
Os analistas afirmam que a ação ainda incorpora pouco do potencial que a empresa apresenta agora que deixou de ser estatal.
“A Eletrobras é um dos nomes mais baratos que cobrimos. A combinação de uma base de acionistas muito boa (e ativa) e uma equipe de gerenciamento de alto nível abrirá o caminho para uma virada histórica, aumentando significativamente a geração de fluxo de caixa e permitindo que a empresa pague grandes dividendos e aumente seu poder de fogo para novos investimentos”, informa o relatório.
Os analistas calculam que a Eletrobras negocia a uma Taxa Interna de Retorno (TIR) – indicador de retorno sobre o investimento analisado – de 13,5%, tornando a ação uma das mais baratas no portfólio de cobertura do banco.
O potencial futuro também é atrativo, com atenção para o potencial de reprecificação do portfólio elétrico. Após a privatização, 22 hidrelétricas da companhia irão sair do atual regime de cotas, que só remunera operação e manutenção e no qual o risco hidrológico é alocado ao consumidor. As usinas irão passar para o regime de produção independente, o que dá mais liberdade de comercialização para a companhia.
“Ao aderir [ao regime de cotas], a Eletrobras concordou em vender energia para as empresas de distribuição do Brasil a preços muito mais baixos. Agora, como parte do processo de privatização, o fim do regime de cotas permitirá que a Eletrobras venda livremente essa energia em condições muito melhores”, argumentam os analistas.
A expectativa é ainda de que a companhia realize um grande corte de custos, destravando mais valor para as ações.
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