(Craig Hastings/Getty Images)
Analista de SEO
Publicado em 24 de outubro de 2023 às 10h54.
Última atualização em 24 de outubro de 2023 às 17h25.
O dólar hoje fecha em queda nesta terça-feira, 24. Como pano de fundo das negociações estão o movimento do mercado de títulos do Tesouro americano, com o rendimento do título de 10 anos voltando a subir nesta manhã. Na véspera, seu rendimento bateu 5%, mas perdeu força após sinalizações de grande investidores, como Bill Ackman, da Pershing Square Capital Management, de que o movimento já teria ido longe demais. Apesar da recuperação nesta terça, o rendimento segue abaixo de 4,90%.
No radar dos investidores ainda estão os esforços diplomáticos em andamento no Oriente Médio, com o intuito de conter o conflito entre Israel e o Hamas e evitar sua expansão para outros atores, como o Irã e o Hezbollah.
No entanto, as preocupações relacionadas ao conflito ainda pairam sobre os mercados, enquanto dados vindos da zona do euro aumentam as preocupações de uma possível recessão econômica na região a curto prazo.
O dólar comercial hoje está sendo negociado a R$ 4,993. Nas casas de câmbio, o dólar turismo está sendo cotado a R$5,120. Na última segunda-feira, a moeda era negociada a R$5,016.
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O "Efeito Bill" é evidenciado pela volatilidade nos rendimentos dos títulos, provocada inicialmente pela perspectiva de que o Federal Reserve dos EUA manteria as taxas de juros altas por mais tempo. No entanto, incertezas, como a guerra no Oriente Médio, levaram os investidores a reconsiderar o potencial de aumento desses rendimentos. Bill Ackman, um renomado investidor, anunciou o encerramento de suas posições vendidas nos títulos, contribuindo para a percepção de que um rendimento de 5% seria atrativo. Isso gerou demanda e uma queda nos rendimentos. Bill Gross, também uma figura influente, alertou que os rendimentos poderiam já ter ultrapassado os limites, apontando para indicadores econômicos preocupantes. Os rendimentos dos títulos de 10 anos continuam oscilando, com um retorno acima de 4,90%.
Na Europa, os indicadores de Gerente de Compras (PMIs) demonstram uma desaceleração acentuada, com todas as principais economias relatando quedas na atividade em vários setores. Os PMIs da Zona do Euro indicaram contração, abaixo das expectativas. O PMI industrial ficou notavelmente baixo em 43 pontos, sugerindo uma retração na atividade. Esses indicadores preocupantes são referentes a outubro.
No cenário de balanços, a Romi (ROMI3) divulgará seu resultado do terceiro trimestre, marcando o início da temporada de balanços no Brasil. No exterior, as atenções estão voltadas para os balanços de duas gigantes de tecnologia, Google e Microsoft, nos Estados Unidos.
O dólar comercial trata-se de milhares de dólares em transação no mercado de câmbio. Isso computa exportações, importações, transferências financeiras milionárias e que normalmente são feitas por grandes empresas e bancos.
Já o dólar turismo é comprado por pessoas físicas, normalmente em casas de câmbio, em menores quantidades para viagens ou até passado no cartão de crédito.
A cotação do dólar turismo é mais cara, pois são compras muito menores do câmbio, ao contrário das transações feitas por grandes empresas e instituições. Logo, seu custo operacional com transporte de notas e taxa de corretoras ficam mais alto.
Basicamente, o preço em relação ao real é calculado em função da disponibilidade de dólares no mercado brasileiro. Ou, seja, quando há uma grande quantidade de moeda norte-americana no país, a tendência é que o preço dela caia em relação ao real, já a baixa disponibilidade da moeda, por outro lado, faz com que o câmbio norte-americano se valorize em relação a nossa moeda.
O Banco Central também tem o poder intervir na cotação. Quando a moeda americana dispara, é comum que o órgão use parte de sua reserva para injetar dólares na economia. Com mais disponibilidade, a cotação da moeda americana tende a cair.
A queda do dólar frente ao real traz impactos significativos para a economia brasileira. Entre os principais efeitos estão:
Exportações: Com um real mais valorizado, as exportações brasileiras tornam-se mais competitivas, impulsionando o setor e favorecendo a balança comercial.
Inflação: Uma cotação do dólar mais baixa pode ajudar a conter a inflação, uma vez que reduz o custo de importação de produtos.
Investimentos estrangeiros: Um real mais forte pode atrair investimentos estrangeiros para o país, impulsionando a economia e estimulando o crescimento de diversos setores.