O dólar à vista caiu 0,33% nas negociações desta quarta-feira, 3, e encerrou o dia cotado a R$ 5,313, acompanhando movimento de queda global da moeda americana (Designed by/Freepik)
Repórter
Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 17h31.
Última atualização em 4 de dezembro de 2025 às 11h18.
O dólar à vista caiu 0,33% nas negociações desta quarta-feira, 3, e encerrou o dia cotado a R$ 5,313, acompanhando movimento de queda global da moeda americana. No índice DXY, que mede a força do divisa frente a uma cesta de seis moedas de mercados desenvolvidos, o dólar recuou 0,47%.
Essa é a segunda sessão consecutiva que o dólar exibe desvalorização frente ao real. O movimento de queda foi seguido desde a abertura das negociações e ganhou intensidade após a divulgação de dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos, que mostraram fechamento de vagas.
O setor privado americano fechou 32 mil vagas de trabalho em novembro, segundo a ADP. O dado ficou bem distante da projeção do mercado, qua previa a abertura de 40 mil vagas.
Os números da ADP dão indícios de que o mercado de trabalhos nos EUA está de fato menos aquecido, o que tem preocupado os dirigentes do Fed.
No Livro Bege, que reúne percepções qualitativas sobre a economia nos 12 distritos do Banco Central americano, as autoridades monetárias apontaram preocupação com uma ligeira diminuição dos postos de trabalho em outubro, com cerca de metade dos distritos registrando menor demanda por mão de obra, entre eles Boston, Nova York, Filadélfia e Dallas.
"Esse dado de hoje, ele traz um insight de que talvez tenha um enfraquecimento um pouco maior do que o esperado nas contratações, essa é a principal leitura. E o Fed vai, obviamente, levar em consideração isso e um conjunto com todos os outros dados de atividade econômica e inflaçCão para tomada de decisão. O ADP deve influenciar sim", diz João Soares, sócio-fundador da Rio Negro Investimentos.
O Fed também identificou que houve um aumento nos anúncios de demissões. Na prática, dados fracos sobre o emprego nos EUA reforçam a perspectiva de um novo corte de juros pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) na reunião do próximo dia 10.
Diante dessa aposta, os investidores aumentam o apetite por risco, o que tem levado o dólar a se enfraquecer globalmente.
"Com um eventual corte de taxa de juros nos Estados Unidos, o diferencial para os juros brasileiros fica maior e isso influencia no fluxo de capital vindo, entrando no Brasil, o que faz apreciar a nossa moeda", afirma Soares.
Também divulgado nesta quarta, o PMI composto dos EUA, que reúne dados do setor industrial e de serviços, caiu de 54,6 em outubro para 54,2 em novembro, na leitura da S&P Global. O dado ficou abaixo da estimativa média de 55 pontos dos analistas consultados pelo The Wall Street Journal. Já o PMI de serviços calculado pelo ISM subiu para 52,6 pontos em novembro.
O dólar à vista é o valor negociado no mercado de câmbio para liquidação imediata, geralmente em até dois dias úteis. Esse tipo de câmbio é bastante utilizado em operações de curto prazo feitas por empresas e instituições financeiras.
A cotação do dólar à vista reflete o valor real de mercado no momento da transação, oferecendo transparência para quem precisa fechar negócios com rapidez.
O dólar futuro corresponde a contratos de compra e venda da moeda para liquidação em uma data futura. Essa modalidade é negociada na Bolsa de Valores e ajuda empresas e investidores a se protegerem da volatilidade cambial.
Sua cotação varia conforme as expectativas do mercado em relação à economia, podendo se distanciar bastante do dólar à vista em momentos de incerteza.