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Dólar abaixo de R$ 5 começa a virar consenso no mercado

Analistas veem como questão de tempo o rompimento do suporte psicológico de 5 reais diante de fatores como a alta das cotações de commodities

O dólar começa a perder valor em relação ao real e a se aproximar de cotações registradas no início da pandemia (Adam Gault/Getty Images)
BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 11 de dezembro de 2020 às 18h39.

Última atualização em 11 de dezembro de 2020 às 22h16.

O dólar fechou em leve alta ante o real nesta sexta-feira, 11, replicando movimento visto no exterior em dia de correção negativa em ativos de risco, depois do tombo da véspera que empurrou a moeda a mínimas em seis meses no Brasil.

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O ajuste nesta sexta-feira, contudo, nem de longe impediu que o dólar engatasse a quarta semana consecutiva de perdas, a mais longa sequência em quase um ano.

O dólar à vista subiu0,16%, a 5,0461 reaisna venda, nesta sessão, depois de oscilar entre 5,0893 reais (+0,94%) e 5,03 reais (-0,23%).

Na véspera, a cotação recuou 2,55%, para o menor patamar desde junho. Indicadores técnicos, como o índice de força relativa (IFR) de 14 dias, apontam que o dólar pode já estar em terreno "excessivamente fraco", o que elevaria chances de uma correção no curto prazo.

Na semana, a cotação caiu 1,51%. A série de quatro semanas de baixa (em que acumulou perda de 7,81%) é a mais longa desde a sequência também de quatro semanas de queda finda em 27 de dezembro do ano passado. Em dezembro, o dólar recua 5,59%.

A combinação entre contínua fraqueza da moeda no exterior, salto nos preços das commodities, sinais positivos do lado da agenda local de reformas e defesa de regras fiscais, confirmação de oferta líquida de dólares pelo Banco Central e o tom mais duro da autarquia sobre política monetária ditou o alívio nas pressões sobre a taxa de câmbio nesta semana.

Conforme o prêmio de risco cambial continua a reduzir, analistas veem como questão de tempo o rompimento do suporte psicológico de 5 reais -- na quinta, o dólar spot (à vista) chegou a 5,0322 reais na cotação mínima.

"No nosso cenário-base, o dólar vai a 4,80 reais em 2021, sem furo do teto de gastos e com aprovação de uma PEC emergencial não muito ambiciosa", disse Roberto Motta, chefe da mesa de derivativos da Genial Investimentos, que fala em chances de um "superciclo" de commodities e de crescimento econômico global sincronizado.

Mas, em um cenário ainda mais favorável, no qual mais reformas são aprovadas pelo Congresso em 2021, a moeda americana poderia ficar abaixo de 4,50 reais, segundo Motta. O dólar não fecha abaixo desse patamar desde 2 de março (4,4868 reais), logo antes de entrar em acelerada rota ascendente enquanto a pandemia se agravava no mundo.

Para o ASA Investments, a taxa de câmbio poderia se aproximar de 4,60 reais por dólar até o fim de 2021 em um quadro em que o prêmio de risco do Brasil caia a 100 pontos-base, as contas externas sigam equilibradas e o ambiente global continue favorável à fraqueza da moeda norte-americana.

O cenário-base da casa, contudo, é a de um dólar a 4,80 reais, com o spread dos Credit Default Swaps (CDS) de cinco anos em 150 pontos-base.

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