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Dividendos: Itaú paga três vezes mais ao acionista em 2023 e CEO projeta mais distribuição este ano

Maior banco privado do Brasil anunciou um payout de 60% referente a 2023; foram anunciados R$ 11 bilhões em dividendos

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, disse que a distribuição de dividendos extraordinários deve continuar (Flora Pimentel/Divulgação)

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú, disse que a distribuição de dividendos extraordinários deve continuar (Flora Pimentel/Divulgação)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 11h18.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2024 às 12h42.

Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú (ITUB4), adiantou que o banco deve manter a política de dividendos robustos para 2024. “Não é um evento isolado: vamos continuar distribuindo dividendos extraordinários”, disse em coletiva nesta terça-feira, 6, para comentar os resultados do banco no quarto trimestre.

O Itaú apresentou um lucro de R$ 9,4 bilhões nos três últimos meses do ano passado, e um acumulado de R$ 35,618 bilhões em 2023 – um avanço de 15,7% frente ao resultado de 2022. 

A distribuição de proventos, por sua vez, é três vezes maior que a feita em 2022. O banco vai distribuir R$ 11 bilhões em dividendos extraordinários e R$ 4,3 bilhões em juros sobre capital próprio – ambos com pagamento programado para março deste ano. O montante se soma aos R$ 6,2 bilhões já pagos via JCP em 2023, totalizando uma distribuição total de R$ 21,5 bilhões. O valor pago aos acionistas em 2023 alcançou um payout (percentual de distribuição em relação ao lucro) de 60,3%.

“Entendemos que um payout de 60% seria bastante adequado considerando o crescimento da carteira de crédito, o que enxergamos de risco para ela – além de uma eventual reforma tributária e possíveis incertezas”, destacou Maluhy.

O banco não crava qual deve ser a distribuição em 2024, mas Maluhy reitera que eles devem continuar. “É uma sinalização de que normalizamos os nossos indicadores de capital, voltamos para um patamar bastante confortável e distribuiremos o excesso na medida que seja possível.”

O aumento na distribuição de lucros era apontado ao longo do ano passado como um gatilho que poderia incrementar o desempenho das ações do banco. Os papéis operam em alta de 2,5% por volta das 12h30 desta quarta.

O que esperar do Itaú em 2024

Além dos números do quarto trimestre, o Itaú anunciou sua projeção oficial (guidance) para 2024, indicando uma continuidade da tendência positiva. 

A expectativa é que a carteira de crédito total avance entre 6,5% e 9,5% este ano. A margem financeira com clientes deve avançar entre 4,5% e 7,5% e a margem financeira com o mercado pode alcançar entre R$ 3 bilhões e R$ 5 bilhões. Já as receitas com prestações de serviços e seguros devem crescer entre 5,5% e 8,5%.

As despesas operacionais, por sua vez, devem aumentar entre 4% e 7%, com o custo de crédito (provisões) atingindo um intervalo entre R$ 33,5 bilhões e R$ 36,5 bilhões. O ponto médio do guidance implica um crescimento do lucro antes dos impostos (EBT) de 16%, atingindo R$ 58,5 bilhões, segundo os cálculos do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).

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