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Decisão sobre remuneração de R$ 323 bilhões a Musk deve sair até o final de 2024

Elon Musk, CEO da Tesla, aguarda decisão judicial sobre o polêmico pacote de compensação, o maior da história corporativa dos EUA

Elon Musk, CEO da Tesla, aguarda decisão judicial sobre o polêmico pacote de compensação de R$ 322 bilhões, o maior da história corporativa dos EUA. (Beata Zawrzel/Getty Images)

Elon Musk, CEO da Tesla, aguarda decisão judicial sobre o polêmico pacote de compensação de R$ 322 bilhões, o maior da história corporativa dos EUA. (Beata Zawrzel/Getty Images)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 1 de novembro de 2024 às 09h40.

A juíza Kathaleen McCormick, do Tribunal de Chancelaria de Delaware, pretende concluir até o final de 2024 sua decisão sobre a legalidade do pacote de compensação bilionário que a Tesla ofereceu a Elon Musk em 2018, no valor de US$ 56 bilhões (cerca de R$ 323 bilhões) em opções de ações. Este é o maior pacote de pagamento corporativo já registrado nos Estados Unidos, e sua validade pode impactar significativamente a empresa e o mercado financeiro. A decisão também trará um novo entendimento sobre até que ponto conselhos administrativos podem recompensar executivos sem comprometer o interesse dos acionistas. As informações são da Reuters.

Em janeiro deste ano, McCormick concluiu que a "compensação inimaginável" oferecida a Musk, que já era CEO e exercia influência significativa na Tesla, era injusta para os acionistas. Segundo a juíza, o pacote de pagamento foi negociado por diretores que, de acordo com suas investigações, estariam excessivamente alinhados aos interesses de Musk, sem demonstrar autonomia em relação ao CEO. Essa suspeita levou o tribunal a anular o pacote, alegando que os acionistas poderiam não ter sido devidamente representados nas negociações.

Acionistas apoiam Musk

No entanto, em junho, os acionistas da Tesla votaram a favor da reintegração do pacote bilionário de Musk, o que traz novos desafios para a corte. A principal questão agora é se o voto dos acionistas é suficiente para restabelecer o pagamento após sua anulação inicial pelo tribunal. A decisão de McCormick determinará se a aprovação dos acionistas é válida para reverter uma anulação judicial, estabelecendo um precedente importante para futuras disputas de compensação entre empresas e executivos.

Outro ponto que McCormick deve decidir envolve um pedido de honorários advocatícios em torno de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,76 bilhões), feitos pelos advogados que representaram o acionista que contestou o pacote de compensação de Musk. Os advogados pedem que a Tesla pague essa quantia em dinheiro ou em ações. A cobrança representa um custo elevado para a empresa e pode ter impacto direto sobre suas finanças e o preço das ações no mercado. A decisão da corte sobre essa solicitação poderá influenciar a forma como honorários legais são aplicados em casos de litígios complexos de alta escala entre executivos e empresas.

As decisões pendentes afetam não apenas Musk e a Tesla, mas também definem um precedente para pacotes de compensação para executivos de grandes corporações, em especial na área de tecnologia, onde altos cargos estão frequentemente associados a pagamentos agressivos e incentivos financeiros robustos. Críticos argumentam que recompensas astronômicas como essa podem desestimular práticas de governança corporativa sólidas, enquanto defensores afirmam que essas compensações são fundamentais para atrair e manter talentos executivos em um ambiente competitivo.

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