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Decisão do Copom, taxa de desemprego, Santander e o que move o mercado

Mercado espera por um alta de juros mais intensa do que a sinalizada na ata da última reunião de política monetária do BC

Reunião do Copom: mercado espera Selic de até 7,75% | Foto: Divulgação (Copom/Divulgação)

Reunião do Copom: mercado espera Selic de até 7,75% | Foto: Divulgação (Copom/Divulgação)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 27 de outubro de 2021 às 07h09.

Última atualização em 27 de outubro de 2021 às 07h38.

O mercado brasileiro inicia esta quarta-feira, 27, à espera da decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. Entre investidores, a expectativa é de um ajuste entre 1,25 ponto percentual (p.p.) e 1,50 p.p., que elevaria a taxa básica Selic de 6,25% para até 7,75%, o maior patamar desde 2017.

Desde a última semana, cresceram as apostas para um movimento mais duro do que o “ajuste de mesma magnitude”, sinalizado em ata, que subiria a Selic para 7,25%. Preocupações fiscais, surpresas inflacionárias e a forte valorização do dólar, que subiu mais de 30 centavos desde a reunião de juros anterior, levaram economistas a revisarem suas projeções de Selic para cima. 

Na véspera, quando dados de inflação voltaram a sair acima do esperado, o mercado deu sinais de quais devem ser as ações preteridas diante do cenário de juros e inflação mais altos. Das pouco mais de 80 ações do Ibovespa, 30 fecharam com queda de mais de 4%, sendo a maior parte delas intimamente ligadas à atividade econômica local, como varejistas, construtoras e empresas de viagem e turismo. O principal índice da B3 caiu 2,11%, na contramão do exterior.

Desemprego em 13,4%?

Além do Copom, investidores locais estarão atentos à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que irá revelar a taxa de desemprego referente a agosto. O consenso, segundo dados colhidos pela Bloomberg, é de queda dos atuais 13,7% de desemprego para 13,4%.

Exterior negativo

Nesta quarta, o tom é negativo no mercado internacional, com investidores cautelosos antes da reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), nesta quinta-feira, 28. A expectativa é de que o BCE mantenha os juros em níveis estimulativos, mas há preocupações sobre o comunicado, com a inflação se mostrando cada vez mais persistente no mundo. No continente, o Stoxx 600 cai 0,36% nesta manhã.

Nos Estados Unidos, os índices futuros operam próximos da estabilidade, com surpresas positivas na agenda de balanços americana contrabalanceando com o clima negativo nos mercados globais. No pré-mercado, as ações da Microsoft sobem mais de 2%, após a companhia apresentar seus números do terceiro trimestre. Outra big tech, a Alphabet (Google) apresentou receita e lucro acima dos projetados, mas opera com leve desvalorização de 1%. 

Santander: lucro maior, ROE maior

O Santander (SANB11) apresentou lucro líquido contábil de 4,272 bilhões de reais no terceiro trimestre em balanço divulgado nesta manhã. O número ficou 12% acima dos 3,811 bilhões de reais registrados no mesmo período do ano passado. Já retorno sobre patrimônio (ROE) ficou em 22,4%, o melhor patamar histórico, segundo o banco.

O resultado foi o primeiro entre os grandes bancos do país e deverá servir para balizar as projeções para os balanços de Itaú (ITUB4), Banco do Brasil (BBAS3) e Bradesco (BBDC4), que irão reportar números ao longo das próximas duas semanas.

Agenda de balanços

Além do Santander, outras 11 empresas devem divulgar seus resultados ainda hoje, dia mais agitado da temporada de balanços da semana. São elas: Log (LOGG3), Odontoprev (ODPV3), Multiplan (MULT3), Intelbras (INTB3), Kepler Weber (KEPL3), Gerdau Metalúrgica (GOAU4), Weg (WEGE3), Gerdau (GGBR4), Movida (MOVI3), Dexco (DXCO3) e Telefônica (VIVT4). Todas, exceto Weg e as empresas da Gerdau, irão apresentar seus resultados após o fechamento do pregão. 

Ao longo desta sessão, investidores também irão precificar os resultados divulgados na noite anterior, quando saíram os números de Banco Inter (BIDI11), Romi (ROMI3), Cesp (CESP6) e Marfrig (MRFG3), que foi a primeira entre os frigoríficos a divulgar resultado.

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