Radar: mercado aguarda manutenção da taxa de juros em 10,50% (Marcelo Casal/Agência Brasil)
Repórter de finanças
Publicado em 19 de junho de 2024 às 08h41.
Última atualização em 19 de junho de 2024 às 08h47.
Os mercados internacionais operam sem direção definida na manhã desta quarta-feira, 19. Em dia de feriado nos Estados Unidos, os índices futuros operam mistos. Na Europa, as bolsas também abriram sem direção única após dados mistos da inflação britânica embasarem as expectativas de que o Banco da Inglaterra (BoE) manterá os juros inalterados na reunião desta semana.
Na Ásia, as bolsas encerraram o dia em alta na esteira dos fortes ganhos em Nova York na sessão anterior, que levaram os índices Nasdaq e S&P 500 a baterem recordes históricos. Por aqui, em dia de decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), o Ibovespa futuro sobe.
O destaque do dia é a decisão da próxima taxa de juros pelo Copom. As expectativas apontam para uma manutenção da taxa de juros. Perto do fechamento desta terça-feira, 19, a curva de juros precificava 95% de chances de manutenção da Selic em 10,50%, contra 5% de aumento em 0,25 pontos-base (bps, na sigla em inglês). Na segunda-feira, 17, os percentuais eram de 93% e 7%, respectivamente. Na próxima reunião de julho, a pesquisa da XP Investimentos realizada entre 14 e 18 de junho aponta que 94% dos investidores entrevistados esperam a manutenção da taxa Selic, enquanto 6% prevêem um corte de 25 bps.
Para além da decisão dos juros em si, o mercado se preocupa mais em como será a votação. Na última reunião do Copom, a decisão entre cortar 50 bps ou 25 bps foi bem dividida, o que preocupou o mercado já que os diretores que optaram por um maior corte são os indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que acendeu um sinal de alerta entre investidores sobre uma postura mais dovish no próximo ano do Banco Central, quando a autarquia terá um presidente indicado por Lula.
Na tarde de hoje, às 15h30, acontece a posse da nova presidente Magda Chambriard da Petrobras (PETR4), na sede da companhia. Na ocasião, o presidente Lula irá comparecer à posse e pediu que todos os ministros que pudessem remanejar suas agendas, também fossem ao Rio de Janeiro hoje para a cerimônia.
O marco chama a atenção já que há 12 anos um presidente da República não prestigia a posse de um presidente da Petrobras. A última vez em que isso ocorreu foi com a ex-presidenta Dilma Rousseff e Graça Foster. Por conta disso, a presença de Lula pode indicar ao mercado uma espécie de afirmação do seu governo, o que entra no radar dos investidores que se preocupam sobre interferências políticas na petroleira.
De olho no exterior, os mercados dos EUA ficam fechados devido ao Juneteenth, feriado nacional que comemora a emancipação dos afro-americanos escravizados. Ontem, os índices Nasdaq e S&P 500 bateram recordes, fechando com alta de 0,2% aos 19.906 pontos, e valorização de 0,25% aos 5.487, respectivamente.
O rali das bolsas americanas foi novamente impulsionado pela inteligência artificial (IA), com a Nvidia (NVDC34) ultrapassando a Microsoft (MSFT34) em valor de mercado, o que a colocou no lugar de empresa mais valiosa do mundo. As ações da fabricante de chips avançaram 4,33% no pregão desta terça-feira, 18, o que fez o valor de mercado saltar US$ 3,34 trilhões – acima dos US$ 3,32 trilhões da Microsoft, que caiu 0,26% ontem.
Acionistas aprovaram, na tarde de ontem em Assembleia Geral Extraordinária (AGE), a incorporação da Soma (SOMA3) pela Arezzo (ARZZ3). A combinação dos negócios foi anunciada em fevereiro e, com a oficialização, a nova empresa passa a se chamar Azzas 2154 com um faturamento de R$ 12 bilhões. Segundo fato relevante, as empresas preveem que a combinação de negócios será concluída em 31 de julho, último dia de negociação dos papéis SOMA3, com o início da negociação da Azzas 2154 sob o ticker AZZA3, em 1º de agosto, conforme fato relevante.