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Copom, Fed, precatórios e ofertas: o que impacta o mercado na semana

Investidores devem ficar atentos a reuniões de bancos centrais no Brasil e nos EUA na quarta, além de prévia do IPCA e bandeira de energia para a tarifa na sexta

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, no evento MacroDay, promovido pelo BTG Pactual no último dia 14: 'plano de voo do Copom não será alterado a cada dado de alta frequência' | Foto: BTG Pactual/Divulgação (BTG/Divulgação)

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, no evento MacroDay, promovido pelo BTG Pactual no último dia 14: 'plano de voo do Copom não será alterado a cada dado de alta frequência' | Foto: BTG Pactual/Divulgação (BTG/Divulgação)

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Bloomberg

Publicado em 19 de setembro de 2021 às 08h07.

Última atualização em 19 de setembro de 2021 às 09h10.

A semana que começa terá eventos importantes para o investidor, com a volta da Super Quarta, dia 22. O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) deve elevar a Selic em 1 ponto percentual, de 5,25% para 6,25% ao ano.

No mesmo dia, o Federal Reserve anuncia a sua decisão de política monetária, com expectativa sobre o timing para o início do tapering, que é a retirada de estímulos monetários por meio da compra de ativos.

O IPCA-15, a prévia do IPCA com dados de inflação para a primeira quinzena de setembro, deve ter nova aceleração em dado divulgado na sexta-feira, dia 24. A Aneel decidirá sobre a bandeira de energia para outubro no mesmo dia.

Nos Estados Unidos, o Fomc (Comitê de Mercado Aberto do Fed) deve manter o juro inalterado na quarta, enquanto o mercado monitora a entrevista coletiva do presidente Jerome Powell na sequência do anúncio da decisão.

No campo político, o presidente Jair Bolsonaro faz o discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta segunda, dia 20. Será o primeiro teste para avaliar se a trégua sinalizada na carta aos brasileiros continua a valer ou se o tom belicoso terá prazo de validade curto, como avaliam muitos analistas de mercado e economistas.

Veja abaixo os assuntos mais importantes para o mercado da semana que começa:

Copom e IPCA-15

O mercado aguarda a decisão do Copom com a expectativa majoritária de que será repetida a alta de 1 ponto percentual (pp) da Selic. A curva de DI chegou a precificar alta acima de 1,25pp depois de divulgação no início do mês de que o IPCA  havia superado as estimativas em agosto e diante da tensão política gerada pelos eventos de 7 de setembro.

Mas as apostas arrefeceram depois que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse na última terça-feira, dia 14, que o plano de voo da política monetária não seria alterado a cada dado de alta frequência. As declarações que mexeram com os preços dos ativos foram dadas no evento MacroDay, promovido pelo BTG Pactual (BPAC11).

Na sexta-feira, dia 24, o IBGE divulga o IPCA-15 de setembro, com estimativa de aceleração do índice para 1,03%, na comparação com agosto e para 9,94% no acumulado em 12 meses. Os resultados das contas externas de agosto também saem na sexta, bem como a bandeira da energia de outubro, que será decidida pela Aneel.

PEC dos Precatórios

A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou a admissibilidade da PEC dos precatórios com 32 votos favoráveis e 26 contrários. Isso significa que a proposta pode continuar a tramitar do ponto de vista legal.

O governo defende que o texto seja enviado diretamente para o plenário da Casa, sem passar por comissão especial, disse o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros, em entrevista na última quarta-feira.

Já a reforma administrativa terá um terceiro parecer, após passar por novas mudanças. Diante desse fato, a comissão especial adiou a votação da proposta, que estava marcada para a próxima quinta-feira, dia 23, de acordo com o site da casa. Também no Congresso, o relatório da CPI da Covid pode sair até sexta-feira, dia 24.

Fed e reuniões de BCs na Inglaterra e no Japão

O presidente do Fed, Jerome Powell, concede entrevista logo depois do anúncio da decisão do Fomc, na quarta. O mercado reagirá a qualquer sinalização sobre o prazo para o início da retirada dos estímulos ou de alta dos juros.

Na semana que passou, a inflação ao consumidor americana em agosto, o chamado CPI, veio abaixo do previsto e fortaleceu a visão de que a política seguiria acomodatícia (sem ter que subir) por mais algum tempo.

Na quinta, dia 16, porém, os resultados das vendas no varejo vieram fortes, recolocando na mesa a hipótese de um aperto mais iminente. O Bank of Japan e o Bank of England, que são o banco central do Japão e da Inglaterra, também têm reuniões de política monetária na semana que começa, na quarta, dia 22, e na quinta, 23, respectivamente.

Efeitos do IOF sobre bancos e crédito

As novas alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) anunciadas pelo governo começam a vigorar nesta segunda-feira, dia 20 de setembro, e se estendem até 31 de dezembro.

O objetivo declarado pelo governo é arrecadar 2,14 bilhões de reais para o financiamento do programa Bolsa Família, rebatizado de Auxílio Brasil, até o fim deste ano. Em 2022, a fonte de recursos virá do esperado novo Imposto de Renda sobre Lucros e Dividendos, que está em discussão no Senado, segundo o Ministério da Economia.

Analistas do mercado apontaram a opção como mais aceitável do que romper o teto de gastos. Houve repercusssão negativa porque a medida realça a dificuldade fiscal do governo e vai afetar a atividade econômica por meio do encarecimento do crédito -- veja simulações de como ficam os empréstimos com o imposto mais elevado. Os resultados de bancos também são impactados porque o crédito é uma de suas principais fontes de receita.

Ofertas de ações e disputa pela HB Saúde

A semana que começa também deve ser movimentada com a volta das ofertas de ações.

A Totvs (TOTV3), na terça, dia 21, e a Vamos (VAMO3), na quinta, dia 23, definem o preço por ação em suas ofertas subsequentes, enquanto a Bluefit, a segunda maior rede de academias "low cost" do país, tenta chegar à bolsa por meio de oferta pública inicial (IPO) de ações com precificação prevista para sexta.

A precificação do IPO da Althaia também estava prevista para esta semana, mas foi suspensa, segundo o site Brazil Journal.

No terreno de M&A (fusões e aquisições), acionistas do Grupo HB Saúde se reúnem na quinta-feira, dia 23, para deliberar sobre as propostas de aquisição feitas por SulAmérica (SULA11) e Hapvida (HAPV3). Ambas as gigantes do setor de saúde apresentaram novas ofertas, de valor mais elevado, na semana que passou pela operadora de São José do Rio Preto, no interior paulista.

(Com a Redação)

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