Peso argentino é a melhor entre 148 moedas frente ao dólar, segundo a Bloomberg (foto/Getty Images)
Repórter colaborador
Publicado em 26 de abril de 2024 às 07h10.
Última atualização em 26 de abril de 2024 às 14h37.
O presidente argentino, Javier Milei, realizou um feito que muitos pensaram ser uma tarefa impossível para um país devastado pela inflação galopante: estabilizou a moeda.
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Segundo dados da Bloomberg, o peso teve uma valorização de 25% em relação ao dólar nos últimos três meses, uma taxa conhecida como blue-chip swap, usada por muitos investidores e empresas. Isso é mais do que os ganhos registados por qualquer uma das 148 moedas que a agência acompanha em relação ao dólar. O dado impressiona já que a menor depreciação cambial na Argentina na década foi de 15%.
Os números ressaltam o quanto Milei vem fazendo desde dezembro (quando assumiu a Casa Rosada) para controlar os gastos públicos na missão de tentar controlar uma inflação que disparou para um ritmo anual de quase 300%.
Milei, que gosta de chamar seus cortes de gastos de “os maiores da história da humanidade”, equivalem a quase 4% do PIB do país, um ajuste tão agressivo que autoridades do Banco Central estimam que seja superior a 90% de todos os cortes realizados no mundo nas últimas décadas, de acordo com a Bloomberg.
Com o bom momento do peso, o BC argentino tem conseguido comprar dólares diariamente no mercado para repor suas reservas internacionais. Neste momento, boa parte das autoridades monetárias do resto do mundo fazem o movimento contrário para valorizar suas moedas frente à valorização do dólar