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Com melhora no humor, investidores vão atrás de ações descontadas na Bolsa, que sobem até 10%

Papéis do setor de concessões, shoppings e de empresas ligadas ao turismo, que caíram forte nas últimas semanas, lideram os ganhos do Ibovespa nesta sessão

CCR (./Divulgação)

CCR (./Divulgação)

PB

Paula Barra

Publicado em 11 de março de 2021 às 15h54.

Última atualização em 11 de março de 2021 às 16h24.

As ações de concessões de rodovias, shoppings e de empresas ligadas ao turismo aparecem entre as maiores altas do Ibovespa nesta quinta-feira, 11. Especialistas do mercado apontam que o movimento ocorre depois de fortes quedas desses papéis nas últimas semanas, que deixaram o valuation desses ativos ainda mais descontados, além de sinais de avanços no processo de vacinação no país e um clima mais ameno na Bolsa.

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No setor de concessões, os papéis de CCR (CCRO3) e Ecorodovias (ECOR3) subiam cerca de 10% às 15h06, horário de Brasília, enquanto, entre os shoppings, Multiplan (MULT3), com ganhos de quase 8%, e Iguatemi (IGTA3), com alta superior a 6%, apareciam entre os principais destaques no índice. Já do lado de turismo e aviação, CVC Brasil (CVCB3) registrava valorização de 7,7%, enquanto Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) subiam 6,4% e 4,7%, respectivamente.

"Como esses ativos estão extremamente descontados na Bolsa, um clima mais ameno no mercado hoje, com o dólar perdendo força, deixa os investidores mais propensos ao risco. Os dados de inflação divulgados mais cedo reforçam que o Copom (Comitê de Política Monetária) vai elevar os juros na reunião da semana que vem, mas a atuação do Banco Central no câmbio para impedir níveis mais elevados da moeda nas últimas sessões traz uma expectativa de que talvez o aumento de juros seja em menor proporção", explica Gustavo Bertotti, economista da Messem.

Segundo ele, como essas empresas necessitam de fluxo de caixa e são mais afetadas ao risco, um tom mais otimista do mercado favorece esses papéis. Além disso, ele comenta que essas ações dependem muito das medidas de relaxamento e as notícias recentes de que o governo está tentando se organizar para disponibilizar mais vacinas também contribuem.

Sobre Ecorodovias, ele menciona ainda que, em parte, o movimento também reflete o balanço do 4º trimestre, reportado ontem à noite. "Mas boa parte dos ativos que são muito impactados pela pandemia estão se destacando na sessão e são papéis muito correlacionados ao dólar (uma queda da moeda normalmente favorece essas empresas). Por outro lado, papéis de exportadoras, que se beneficiam do câmbio alto, como companhias do setor de papel e celulose e frigoríficos, caem hoje".

"Vemos automaticamente uma rotação entre setores, com investidores aproveitando a melhora do humor para buscar esses papéis que ficaram muito descontados em Bolsa".

No mesmo sentido, o estrategista Gustavo Cruz, da RB Investimentos, comenta que shoppings e empresas relacionadas com o setor de turismo estão subindo em meio ao sentimento que o cenário está menos arriscado. "A PEC Emergencial foi aprovada. O Congresso vai discutir o Orçamento. E a deputada Bia Kicis já sinalizou que sua prioridade na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) vai ser a Reforma Administrativa", comentou.

O analista Henrique Esteter, da Guide Investimentos, destaca que, apesar das medidas de restrição mais severas em São Paulo, a melhora do clima no mercado está contribuindo com esses setores que ficaram muito atrasados. "O setor de shoppings, por exemplo, vinha de uma sequência muito fraca e tinha espaço para uma recuperação, assim como construção civil, que também está fazendo um movimento similar, com a curva de juros fechando um pouco em meio à aprovação da PEC Emergencial, que deu andamento a questões sensíveis no país", disse.

Além disso, ele aponta que, dentro do setor de shoppings, Alianse Sonae (ALSO3), que divulgou balanço ontem à noite, mostrou "números financeiros ainda fracos por conta da pandemia, mas, ao menos do lado operacional, foi um resultado que o mercado gostou", acrescentou. Os papéis ALSO3 registravam no mesmo horário alta de 6,15%.

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