Painel de cotações da B3 (Germano Lüders/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 16 de janeiro de 2023 às 11h59.
Última atualização em 16 de janeiro de 2023 às 14h11.
As ações da Americanas (AMER3) sofrem mais um dia de forte desvalorização na B3, com a queda chegando a 37%. A desvalorização acumulada supera 80% desde que a empresa informou ter encontrado um rombo de R$ 20 bilhões em seus balanços, na noite de quarta-feira, 11. O anúncio foi seguido das renúncias do CEO, Sérgio Rial, e do CFO, André Covre, que haviam assumido a companhia no início do ano.
A forte queda desta segunda-feira, 16, ocorre após a Americanas ter informado na sexta-feira, 13, que tem dívidas de cerca de R$ 40 bilhões, considerando vencimentos antecipados devido à descoberta das falhas contábeis. A companhia conseguiu uma liminar para impedir a antecipação dos vencimentos e suspender o bloqueio de bens, mas a decisão foi questionada.
Enquanto crescem as incertezas sobre o futuro da companhia, o mercado reajusta suas posições no setor de varejo. Em uma mão, investidores se desfazem das ações da Americanas, de outra, compram participação na Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3). Ambas as empresas sobem mais de 10% na bolsa nesta segunda.
Após a Americanas ter encontrado as falhas contábeis em seu balanço, chegou-se a suspeitar que a prática fosse praxe no setor de e-commerce. Mas surtiram efeitos os eforços da Via e Magazine Luiza, apurados pela Exame In, em explicar que as falhas contábeis estariam restritas ao negócio da Americanas. Desde então, as companhias têm sido uma escolha óbvia para investidores que venderam ações da Americanas, mas ainda querem manter posição no setor.
Com as ações em forte alta nesta segunda, a Magazine Luiza já acumula valorização de mais de 20% desde quinta-feira, 12. Neste pregão, inclusive, a varejista figura entre as ações mais negociadas da bolsa, ao lado da Vale e Ambev. A Via, por sua vez, salta cerca de 13%, apagando as perdas registradas nas últimas duas sessões.