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Cinco assuntos quentes para o Brasil na próxima semana

Mercado monitora formação do restante da equipe econômica do novo governo, depois de confirmado Fernando Haddad na Fazenda

Haddad: investidores aguardam a definição dos nomes dos secretários de Fernando Haddad, em busca de sinais sobre a postura fiscal do novo governo (Patricia Monteiro/Bloomberg/Bloomberg)

Karla Mamona

Publicado em 10 de dezembro de 2022 às 07h15.

Mercado monitora formação do restante da equipe econômica do novo governo, depois de confirmado Fernando Haddad na Fazenda , e votação da PEC da transição na Câmara. Ata do Copom, RTI e fala de Roberto Campos Neto movem apostas nos juros. Agenda externa forte inclui CPI e Fomc nos EUA, além de decisões dos BCs europeu e inglês. China tem expectativa de medidas.

Haddad na Fazenda

Investidores aguardam a definição dos nomes dos secretários de Fernando Haddad, em busca de sinais sobre a postura fiscal do novo governo. Nesta sexta-feira, ele disse que a escolha dos nomes depende da definição do ministro do Planejamento e que as pastas terão uma atuação coesa — na mesma linha, o presidente eleito afirmou que os dois ministérios precisam estar afinados. “Espero que Haddad fale do mercado, mas também de problemas sociais”, disse Lula. O ministro indicado, que deve dar entrevista coletiva na terça-feira, terá encontros com integrantes do Tesouro e da Receita a partir da próxima semana.

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Diplomação e ministérios

Lula será diplomado nesta segunda-feira e a expectativa é a de que anuncie mais nomes do seu ministério a partir dessa data. Ele afirmou que deve definir até domingo à noite a quantidade de pastas, para então finalizar a montagem da equipe. Além da Fazenda, já foram anunciados os nomes da Casa Civil (Rui Costa), Relações Exteriores (Mauro Vieira), Justiça (Flávio Dino) e Defesa (José Múcio Monteiro). Também foram definidos os comandantes das Forças Armadas, além do delegado Andrei Rodrigues como chefe da Polícia Federal. O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin disse que os relatórios finais do governo de transição serão entregues na segunda.

PEC e orçamento secreto

A expectativa do governo eleito é votar a PEC da transição no plenário da Câmara na quarta-feira, depois da aprovação no Senado nesta semana com uma ampliação de R$ 145 bilhões do teto de gastos por dois anos somente para o Bolsa Família. Lula afirmou que o texto não terá problemas para ser aprovado na Câmara — ele também conta com a ajuda de Fernando Haddad para isso. Entretanto, alguns analistas, como o economista-chefe do Itaú, Mário Mesquita, acreditam que a tramitação na Câmara será mais difícil para o governo e a PEC poderá passar por nova desidratração. Também na quarta-feira, o STF retoma o julgamento do chamado orçamento secreto. “Não tenho poder de interferir no STF sobre julgamento de emendas de relator”, disse Lula.

Ata, RTI, Campos Neto

O Banco Central divulga na terça-feira a ata do Copom, após o alerta fiscal feito pelo comunicado da reunião. Na quinta-feira, o diretor de política Econômica, Diogo Guillen, apresenta o Relatório Trimestral de Inflação e, na sequência, fala o presidente Roberto Campos Neto. “O relatório deve mostrar uma leve queda nas chances de que a inflação supere o teto da meta em 2023 e riscos equilibrados em torno da meta em 2024”, disse Adriana Dupita, da Bloomberg Economics. Semana ainda terá o IBC-Br e o indicador de serviços de outubro.

Fomc e China

OFeddeve elevar os juros em 0,50 ponto percentual na quarta-feira, para a faixa de 4,25%-4,50%, um ajuste menor do que a alta de 0,75 pp de cada uma das últimas quatro reuniões. O presidente Jerome Powell, que fala após a reunião, já sinalizou a desaceleração no ritmo de aumento, ao mesmo tempo em que advertiu que a taxa precisará continuar subindo. O BCE e o BOE, na quinta-feira, também devem elevar taxas em 0,50 pp. Antes do Fomc, na terça-feira, todos os olhos estarão voltados para o CPI de novembro, que tem estimativa de desaceleração, após PPI acima do previsto nesta sexta. Minério de ferro atingiu nível mais alto em quase quatro meses com sinais de que aChinaanunciará apoio ao setor imobiliário, em sua reunião anual sobre economia a ser realizada na próxima semana. País divulgará ainda dados da indústria e varejo.

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