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China prepara pacote de US$ 1,4 trilhão para reanimar economia, diz Reuters

Caso Trump seja eleito, a tendência é que mais medidas possam ser anunciadas por Pequim

China pretende também auxiliar governos locais que se endividaram nos últimos anos (Getty Images/Reprodução)

China pretende também auxiliar governos locais que se endividaram nos últimos anos (Getty Images/Reprodução)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter

Publicado em 29 de outubro de 2024 às 08h08.

A China está considerando aprovar na próxima semana a emissão de mais de 10 trilhões de yuans (US$ 1,4 trilhão) em títulos para os próximos anos como forma de reanimar sua economia, num pacote que deve ser ainda mais reforçado caso Donald Trump vença as eleições de 5 de novembro.

De acordo com a Reuters, o principal órgão legislativo da China, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo (NPC), está buscando aprovar o novo pacote fiscal, incluindo 6 trilhões de yuans que seriam parcialmente levantados por meio de títulos soberanos especiais, no último dia de um encontro a ser realizado entre 4 a 8 de novembro.

O valor total planejado equivale a mais de 8% do PIB da segunda maior economia do mundo, que foi duramente atingida por uma crise prolongada no setor imobiliário e pela dívida crescente das administrações locais.

Plano agressivo

Os planos de gastos sugerem que Pequim mudou a rota para um estímulo ainda maior para reanimar economia, embora ainda não seja a "bazuca" de 2008 que alguns investidores têm pedido.

O banco central anunciou no final de setembro as medidas mais agressivas desde a pandemia da COVID-19. O governo seguiu semanas depois sinalizando mais estímulo fiscal sem especificar detalhes financeiros do pacote, alimentando intensa especulação nos mercados globais sobre o tamanho dos novos gastos.

O momento da reunião do NPC, que coincide com a semana da votação presidencial dos EUA, oferece a Pequim maior flexibilidade para ajustar o pacote fiscal, incluindo o tamanho total, com base no resultado da eleição, de acordo com a Reuters.

Pequim pode anunciar um pacote fiscal mais forte se Trump ganhar, já que seu retorno à Casa Branca deve intensificar as batalhas econômicas contra a China.

O candidato republicano prometeu impor taxas de 60% sobre as importações da China caso vencesse o pleito.

Pacote maior, mas suficiente?

O Comitê Permanente do NPC também deve dar sinal verde para a emissão de até 4 trilhões de yuans em títulos de propósito especial para compras de terras e propriedades ociosas nos próximos cinco anos, segundo a Reuters.

Os governos locais teriam permissão para levantar esse valor além de sua cota de emissão anual, que financia principalmente gastos com infraestrutura. A cota ficou em 3,9 trilhões de yuans neste ano e 3,8 trilhões em 2023.

Se o Comitê Permanente do NPC aprovar essas emissões integralmente, ao invés de em etapas, ele poderá aumentar o tamanho total do pacote para mais de 10 trilhões de yuans. Uma média de 2 trilhões de yuans em nova dívida do governo central ressalta a urgência de Pequim para fortalecer a economia.

Ainda assim, os gastos planejados ficam aquém do implantado em 2008, quando os 4 trilhões de yuans de Pequim em estímulo fiscal em resposta à crise financeira global representaram 13% do PIB na época.

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