Exxon Mobil (Divulgação)
Agência de Notícias
Publicado em 12 de novembro de 2024 às 13h47.
O diretor executivo da petroleira Exxon Mobil, Darren Woods, opinou que o presidente americano eleito, Donald Trump, deve manter os Estados Unidos no Acordo de Paris, um tratado internacional destinado a combater as mudanças climáticas, já que retirar o país do pacto novamente seria “extremamente ineficiente”.
Em entrevista ao jornal "The Wall Street Journal" publicada nesta terça-feira, Woods comenta que uma segunda saída dos EUA desses acordos firmados em Paris em 2015 - com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a um máximo de 1,5 grau Celsius -, conforme proposto pelo magnata republicano, criaria incertezas e poderia confundir os esforços globais para deter os piores efeitos das mudanças climáticas.
Em seu primeiro mandato (2017-2021), Trump retirou os EUA do pacto, mas o democrata Joe Biden reintegrou o país em 2021, uma medida que a Exxon aplaudiu.
"Não acho que paradas e recomeços (de acordos) sejam a coisa certa a fazer para os negócios”, analisou Woods em Baku, onde está sendo realizada a 29ª Conferência das Partes (COP29) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima.
Segundo Woods, tais sobressaltos são “extremamente ineficientes” e “criam muita incerteza”.
A Exxon - empresa que enfrenta vários processos judiciais em todo o país para responsabilizá-la por suas contribuições ao aquecimento global - se comprometeu a investir US$ 20 bilhões até 2027 no desenvolvimento de tecnologias de baixo carbono, como captura de carbono, hidrogênio e lítio doméstico, entre outras.
Woods garantiu que sua empresa continuará com esse plano durante um segundo governo Trump, embora possa ter que fazer ajustes de curto prazo nos investimentos se as políticas governamentais de apoio a essas tecnologias mudarem significativamente.
De acordo com o jornal, a Exxon e outras petroleiras fizeram lobby com os assessores de Trump e com o Partido Republicano para preservar os créditos fiscais da lei climática de Biden, que recompensa as tecnologias nas quais as empresas estão investindo, incluindo a captura de carbono.
“Não permitimos que agendas políticas conduzam nossas decisões de negócios e investimentos que tomamos”, declarou Woods.