CEO do banco de investimento do Credit Suisse (C1SU34) estaria prestes a renunciar
O executivo deixaria o banco suíço em 27 de outubro, mesmo dia da apresentação do plano de reestruturação muito aguardado pelos mercados
Carlo Cauti
Publicado em 17 de outubro de 2022 às 11h38.
Última atualização em 17 de outubro de 2022 às 11h39.
O CEO do banco de investimento do Credit Suisse (C1SU34), Christian Meissner, estaria prestes a deixar seu cargo por causa dos escândalos que abalaram as contas do maior banco da Suíça.
A informação foi divulgada nesta segunda-feira, 17, pela Bloomberg, que explicou como a despedida do executivo do Credit Suisse deveria ocorrer nas próximas semanas, na sequência de uma reestruturação completa da unidade, que poderá ser colocada à venda.
O anúncio seria feito no dia 27 de outubro, data muito aguardada pelos mercados, pois será o momento em que o instituto apresentará sua nova estratégia, à margem dos resultados trimestrais.
Ainda no final de julho, o banco havia informado que Meissner queria ajudar a transformar a unidade de banco de investimento.
O Credit Suisse estaria trabalhando em um plano para dividir seu banco de investimento em três.
O objetivo do Credit Suisse com a operação seria criar um "banco ruim" que lidará com ativos de risco, em um cenário em que o gigante suíço tenta superar três anos marcados por uma série de escândalos.
De acordo com propostas apresentadas ao conselho de administração do grupo, o objetivo seria vender as unidades lucrativas, como seu negócio de produtos securitizados, em um esforço para evitar um aumento de capital,considerado perigoso e péssimo em um momento como o atual.
Isso especialmente por causa do preço extremamente baixo das ações do grupo, que caíram abaixo de 5 francos nas últimas semanas, o nível mais baixo em pelo menos 30 anos. O banco é negociado a um preço ao valor contábil de 0,28, significativamente abaixo de seu rival UBS, que é negociado a 1.
No mês passado, o Credit Suisse foi atingido por uma série de rebaixamentos por analistas de crédito, o que elevou seus custos de empréstimos .
Credit Suisse (C1SU34) paga quase meio bilhão de dólar em acordo judicial
A notícia da possível saída de Meissner ocorre no mesmo dia em que o Credit Suisse aceitou pagar US$ 495 milhões como multa em um caso relacionado a títulos lastreados em hipotecas.
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O banco suíço chegou a um acordo com a Procuradoria de Nova Jersey, nos Estados Unidos, para encerrar um processo iniciado em 2013, onde a Justiça americana pedia US$ 3 bilhões em danos.
“O acordo, para o qual o Credit Suisse está totalmente provisionado, marca outro passo importante nos esforços do banco para resolver proativamente litígios e questões antigas”, informou o banco em comunicado.
O Credit Suisse está atualmente sendo julgado em Nova York em outro processo, por seu papel em um escândalo de manipulação de câmbio entre 2007 e 2013, e está também no meio de um processo em Cingapura em um processo movido pela ex-primeira-ministra da Geórgia, Bidzina Ivanishvili.
Maior banco da Suíça enfrenta crise profunda
O Credit Suisse está enfrentando a maior crise de sua história, com um passivo de cerca de US$ 4,5 bilhões provocado por uma série de escândalos, com os casos Archegos Capital Managment e Greensill.
O mercado começa a se questionar se o Credit Suisse vai conseguir sobreviver, e por isso os Credit Default Swaps (CDS), uma espécie de seguro sobre vida do banco, subiram dramaticamente desde o começo do ano, passando de 50 pontos para mais de 325 pontos.