Presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde (Francois Lenoir/Reuters)
Guilherme Guilherme
Publicado em 9 de junho de 2022 às 07h12.
Última atualização em 9 de junho de 2022 às 07h35.
Movimentos contidos no mercado internacional revelam maior cautela de investidores globais na manhã de quinta-feira, 9. Todas as atenções estão voltadas para Banco Central Europeu (BCE), com a decisão de política monetária prevista para às 8h45.
A decisão desta quinta deve ser ainda mais emblemática para o mercado. Isso porque embora o consenso ainda seja de manutenção das atuais taxas de juros do BCE, há grande expectativa para uma sinalização sobre o início do ciclo de alta de juros para a próxima decisão, em julho. Bolsas da Europa operam em queda, enquanto o euro apresenta leve apreciação frente ao dólar, com esperanças de aperto monetário no continente.
O BCE tem sido mais cauteloso na luta contra a inflação, diante da ameaça da guerra na Ucrânia à economia do bloco. Mas analistas do banco europeu ING disseram que somente uma sinalização de uma alta de juros mais forte, de 50 pontos base, soaria como uma surpresa "hawkish" (contracionista) para investidores -- o que poderia acelerar a demanda por euro e penalizar as bolsas locais, intensificando o movimento desta manhã.
Grandes bancos de investimentos como o Goldman Sachs e o próprio ING acreditam que o BCE começará o ciclo de alta com elevação de 25 pontos base, assim como fez o Federal Reserve no início do ano. Investidores esperam que a presidente do BCE, Christine Lagarde, dê pistas sobre o futuros da política monetária do bloco em sua coletiva de imprensa, marcada para às 9h30.
No Brasil, as atenções do mercado estarão divididas entre Lagarde e a divulgação do IPCA de maio, prevista para às 9h. O consenso do mercado, segundo estimativas colhidas pela Bloomberg, é de que o principal indicador de inflação do país tenha subido 0,60% no mês, com o IPCA de 12 meses caindo de 12,13%, para 11,88%.
O indicador será o último antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na próxima quarta-feira, 15. Investidores esperam por mais uma alta na taxa de juros Selic, de 12,75% para 13,25% ao ano. Se confirmada, a Selic será a mais alta desde 2016.
Também está prevista para esta quinta a precificação da oferta que deve marcar a privatização da Eletrobras. Com demanda superior a oferta estimada em R$ 40 bilhões, investidores deverão receber apenas uma fatia do que foi reservado. As novas ações e as vendidas por parte do governo começarão a ser negociadas na B3 a partir de segunda-feira, 13 -- se tudo ocorrer como o previsto.
As ações da companhia acumularam 26% de alta no ano em meio à expectativa de privatização e fecharam o último pregão cotadas a R$ 42,14. A mediana do preço-alvo de quatro recomendações colhidas pelo TradeMap está em R$ 48 para os próximos 12 meses -- período em que os investidores que entraram na oferta por meio do FGTS poderão vender suas participações.
Acionistas da brMalls e Aliansce Sonae aprovaram a combinação de negócios entre as companhias em suas respectivas assembleias. As empresas seguirão atuando independentemente até que a operação seja aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica, o Cade. O negócio formado pela fusão será dono de 69 shoppings centers.