O regulador financeiro britânico multou o Barclays em 40 milhões de libras (US$ 50,9 milhões) por não divulgar pagamentos feitos a entidades do Catar, em 2008, depois que o banco disse na segunda-feira que havia retirado seu recurso sobre o caso.
Ao fazer isso, o Barclays disse que não estava reconhecendo irregularidades, mas traçando uma linha final sob um caso que pairava sobre ele por 16 anos, enquanto os reguladores examinavam como ele garantiu uma "tábua de salvação" vinda do Oriente Médio no auge da crise financeira global, segundo informações da Reuters.
A multa da Autoridade de Conduta Financeira (FCA, sigla em inglês) remonta à crise de 2008, quando o Barclays trabalhou para levantar fundos de investidores estrangeiros, incluindo o Catar, a fim de evitar um resgate estatal.
O banco britânico pagou taxas não reveladas a fundos do Catar envolvidos em seu resgate, disse a FCA em 2022, descobrindo que a conduta do Barclays na captação de capital foi imprudente e que faltou integridade.
Na época, a FCA multou o Barclays em 50 milhões de libras, das quais o banco recorreu. Em uma declaração na segunda-feira, o Barclays disse que não aceitava as conclusões da FCA, mas havia retirado seu recurso dado "o tempo decorrido desde os eventos". Os interesses do banco, seus acionistas e outras partes interessadas foram melhor atendidos pela retirada do recurso, disse o Barclays, acrescentando que não houve impacto financeiro material da multa.
O banco britânico deveria apelar contra a multa da FCA em um processo judicial na segunda-feira, com seu ex-presidente-executivo John Varley entre as testemunhas que devem comparecer. "A má conduta do Barclays foi séria e fez com que os investidores não tivessem todas as informações que deveriam ter", disse Steve Smart, diretor executivo adjunto de fiscalização e supervisão de mercado da FCA. "No entanto, os eventos ocorreram há mais de 16 anos e reconhecemos que o Barclays é uma organização muito diferente hoje, tendo implementado mudanças em todos os negócios", disse ele.