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Banco Central: ata do Copom sinaliza extensão de ciclo de alta de juros

No documento, o Banco Central indicou uma continuação da política monetária restritiva nas próximas reuniões do Copom, porém com ajuste de menor magnitude.

Banco Central do Brasil (BCB) (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Banco Central do Brasil (BCB) (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O Banco Central do Brasil (BCB) divulgou nesta terça-feira (10) a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).

Segundo o Banco Central do Brasil, existe um aumento das incertezas sobre a trajetória da inflação, e por isso a taxa básica de juros (Selic) foi elevada em um ponto percentual, para 12,75% na última reunião do Comitê.

No documento, o Copom sinalizou uma extensão do ciclo de alta de juros, porém com ajuste de menor magnitude na próxima reunião.

Isso pois, segundo o Comitê, é necessário "assegurar a convergência da inflação para suas metas" dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária.

Copom alerta sobre inflação global

Para o Copom, "as pressões inflacionárias globais se intensificaram e são caracterizadas tanto por uma demanda por bens persistentemente elevada (por exemplo, na economia norte-americana), quanto por choques de oferta ligados à guerra na Ucrânia e à política chinesa de combate à Covid-19".

Segundo o Comitê, esses fatores têm potencial para gerar pressões inflacionárias persistentes em diversas economias, particularmente nas que estão mais defasadas no processo de normalização de suas políticas fiscais e monetárias.

Além disso, o Copom avaliou que existe uma grande incerteza sobre o comportamento futuro dos preços de commodities em reais, como reflexo da guerra na Ucrânia e da retomada das economias no pós-pandemia.

Ou seja, segundo os técnicos do Banco Central existe a possibilidade de reversão, ainda que parcial, do aumento nos preços das commodities internacionais em moeda local.

Essa possível alta da inflação já estaria parcialmente incorporada nas expectativas analisadas pelo Boletim Focus, assim como nos preços de diversos ativos locais.

Alerta sobre necessidade de reformas estruturais

O Banco Central também lembrou que a redução no empenho por reformas estruturais e mudanças no processo de ajuste das contas públicas poderiam acabar elevando ainda mais taxa de juros considerada "neutra" para a economia brasileira.

De fato, o Comitê convidou o governo federal a voltar para o caminho das reformas fiscais para evitar um descontrole inflacionário que obrigaria a Instituição Monetária Central a elevar ainda mais os juros.

Em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), o Copom ressaltou que veio em linha com o que era esperado.

Entretanto, "o aperto das condições financeiras cria um risco de desaceleração mais forte que o antecipado nos trimestres à frente, quando seus impactos tendem a ficar mais evidentes".

Para o Comitê entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se:

  • uma maior persistência das pressões inflacionárias globais;
  • a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país, parcialmente incorporada nas expectativas de inflação e nos preços de ativos.

Por outro lado, para o Banco Central uma possível redução nos preços das commodities e uma desaceleração da atividade econômica mais acentuada do que a projetada poderiam acabar reduzindo o ritmo de alta da inflação.

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