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Aumento das tensões no Oriente Médio, Galípolo e Focus: o que move o mercado

Com novos ataques entre Israel e Hezbollah, preço do petróleo e do ouro disparam

Radar: investidores repercutem ataques no final de semana entre Israel e Hezbollah (AFP Photo/AFP)

Radar: investidores repercutem ataques no final de semana entre Israel e Hezbollah (AFP Photo/AFP)

Rebecca Crepaldi
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 26 de agosto de 2024 às 09h00.

Os mercados internacionais operam mistos na manhã desta segunda-feira, 26. As bolsas da Europa recuam após o índice IFO de sentimento das empresas alemãs cair menos que o esperado em agosto. Nos Estados Unidos, os índices futuros operam sem direção definida, de olho na escalada das tensões no Oriente Médio. Na Ásia, também repercutindo os ataques entre Israel e Hezbollah, as bolsas fecharam mistas.

Aumento das tensões no Oriente Médio

O mercado acompanha os desdobramentos de novos confrontos entre países do Oriente Médio durante o final de semana. Neste domingo, 25, o grupo extremista do Líbano, Hezbollah, disparou uma centena de foguetes e drones contra Israel no norte do país.

Em resposta, Israel enviou cerca de 100 aviões para destruir os lançadores de mísseis do Hezbollah. A escalada veio após semanas de crescente tensão na região, exacerbada por disputas sobre territórios fronteiriços e o impacto de uma recente crise política no Líbano.

Ambos os lados demonstram sinais de disposição para uma continuação do conflito. O Hezbollah promete mais ataques até que Israel concorde com um cessar-fogo em Gaza. Já Israel tem reforçado sua presença militar na região e ameaçado ações mais amplas caso o Hezbollah continue.

No próprio domingo, uma reunião no Cairo começou para tratar do assunto. O mercado teme que os novos conflitos atraiam o Irã, apoiador do Hezbollah, e os Estados Unidos, principal aliado de Israel, aumentando ainda mais a guerra. Como resposta, os ativos reagiram.

Às 8h35 desta segunda-feira, 26, o contrato futuro do petróleo de referência WTI subia 2,73% a US$ 76,87 por barril, enquanto o petróleo tipo Brent valorizava 2,63% a US$ 81,10 o barril. O ouro, conhecido por ser um ativo muito procurado quando o risco geopolítico aumenta, também subia, esbarrando na máxima histórica. No mesmo horário, o metal avançava 0,42% a US$ 2.556,80 por onça troy.

Lula e Galípolo

De olho na agenda das autoridades, às 9h, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) acompanha a reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), onde deve assinar um decreto que regulamentará regras do setor de gás natural no Brasil.

Na sequência, às 10h, o diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, participa de palestra em evento em Teresina (PI).

Boletim Focus

Investidores também repercutem a divulgação do Boletim Focus, que aumentou a projeção do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2024: de 4,22% para 4,25%. O IPCA para 2025 também passou por uma revisão para cima, de 3,91% para 3,93%. As medianas da inflação para 2026 e 2027 não foram modificadas, ficando em 3,60% e 3,50%, respectivamente.

O BC manteve a Selic da maioria dos anos em 10,50% (2024), 10% (2025) e 9% (2027), mas subiu a de 2026 de 9% para 9,50%. A estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano subiu de 2,23% para 2,43%, enquanto a de 2025 caiu de 1,89% para 1,86%. Já as projeções de 2026 e 2027 ficaram estáveis em 2%.

Por fim, as projeções do câmbio para 2024 e 2027 subiram de R$ 5,31 para R$ 5,32 (2024) e de R$ 5,25 para R$ 5,27 (2027). Já as de 2025 e 2027 se mantiveram em R$ 5,30 e R$ 5,25, respectivamente.

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