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Ata do Fed, sanção ao carvão russo e o que mais move o mercado

Bolsas internacionais caem em meio a temores sobre aperto monetário nos EUA e tensão geopolítica na Europa

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Tom Williams/ AFP via/Getty Images)

Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Tom Williams/ AFP via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 6 de abril de 2022 às 07h02.

Última atualização em 6 de abril de 2022 às 09h22.

A cautela volta a ditar o rumo dos mercados nesta quarta-feira, 6, que será marcada pela divulgação da ata da última reunião do comitê de política monetária do Federal Reserve (Fed), o FOMC. O documento, previsto para às 15h (de Brasília), deve dar mais detalhes sobre como será conduzido o ciclo de aperto monetário. Em março, o Fed subiu sua taxa de juros pela primeira vez desde 2018, com alta de 0,25 ponto percentual. A expectativa é de que na próxima reunião, em maio, o Fed intensifique o ritmo de elevação de juros e comece a redução do seu balanço patrimonial.

Declarações da diretora do Fed Lael Brainard de que o aperto monetário terá que ser mais duro derrubou bolsas de valores do mundo inteiro na última sessão. O Nasdaq Composite caiu 2,26% nos Estados Unidos. O índice, com maior composição de empresas de crescimento, é mais dependente de políticas de estímulos, mas o efeito-Brainard respingou por todo lado. O Ibovespa tombou 2% e o dólar, que estava na mínima frente o real desde antes da pandemia, subiu mais de 1%.

Investidores temem que um tom ainda mais contracionista na ata de hoje produza um capítulo igual ou pior que o da véspera. Os rendimentos dos títulos americanos, que refletem  expectativa de alta dos juros americanos, voltam a subir nesta quarta. O rendimento dos títulos de 2 anos estão na máxima desde janeiro de 2019. Já os índices futuros de ações operam em queda nos Estados Unidos, sinalizando mais um pregão de tensão.

Mas o Fed não é a única preocupação de investidores. Na Europa, onde líderes discutem novas sanções à Rússia como resposta ao suposto massacre de Bucha, os principais índices de ações caem mais de 1%. De acordo com a imprensa internacional, negociações para o banimento de importação do carvão russo tem avançado na União Europeia. Restrições ao petróleo e ao gás russos são debatidas, mas os potenciais efeitos inflacionários e econômicos para a própria Europa têm exigido mais conversas.

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  • Veja a seguir o desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):

    • Hang Seng (Hong Kong): +1,87%
    • SSE Composite (Xangai): +0,02%
    • Nikkei (Tóquio): -1,58%
    • FTSE 100 (Londres): -0,38%
    • DAX (Frankfurt): -1,16%
    • CAC 40 (Paris): -1,17%
    • S&P futuro (Nova York): -0,52%
    • Nasdaq futuro (Nova York): -0,78%
    • Petróleo Brent (Londres): +1,44% (para US$ 108,17)

Mesmo com novas sanções à Rússia em pauta, o petróleo sobe menos de 2%, negociado abaixo de US$ 110. A commodity chegou a bater US$ 119 na semana passada, mas perdeu força após o anúncio de que os Estados Unidos liberaria 180 milhões de barris ao longo de seis meses. Parte do mercado, porém, vê a medida como pouco eficiente para o controle de preços no médio prazo.

Minério de ferro

Apesar da relativa calmaria no mercado de petróleo, o de minério de ferro segue aquecido. A commodity saltou 4% nesta madrugada, segundo a Reuters, batendo o maior patamar de preço em oito meses. A forte valorização, que ocorreu na volta das negociações da bolsa de Dalian, após o feriado chinês Qingming Festival, foi impulsionada pela expectativa de maior demanda no país.

Moura Dubeux

Na frente corporativa, a Moura Dubeux (MDNE3) apresentou 58,6% de alta nas vendas contratadas em prévia operacional do primeiro trimestre  pra R$ 426,5 milhões. Os lançamentos cresceram em ritmo ainda mais acelerado, com salto de 292,5% para R$ 353,5 milhões em VGV.

GOL

A alta do preço das passagens tem tido efeito limitado na recuperação dos números operacionais da GOL (GOLL4). Em prévia operacional do primeiro trimestre, a companhia teve 48,3% de alta no número de decolagens em relação ao primeiro trimestre de 2021. Em março, as decolagens foram o dobro das registradas no mesmo mês de 2021.

A frente doméstica tem impulsionado os números nominalmente, mas o maior crescimento proporcional vem da parte internacional, em que a GOL, literalmente, saiu do zero. Foram 766 decolagens internacionais contra nenhuma no mesmo trimestre de 2021, ainda afetado por restrições.

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