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Ambev: BTG prevê menor demanda por cerveja e não recomenda compra da ação

Expectativas sobre pressão de margens e alta das taxas de juro mantêm analistas cautelosos sobre a tese

Entrega de cervejas da Ambev no Brasil deve cair 1,9% no ano, estimam analistas (Jonne Roriz/Bloomberg via/Getty Images)

Entrega de cervejas da Ambev no Brasil deve cair 1,9% no ano, estimam analistas (Jonne Roriz/Bloomberg via/Getty Images)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 24 de maio de 2022 às 17h23.

Última atualização em 24 de maio de 2022 às 18h12.

Analistas do BTG Pactual seguem sem recomendar a compra das ações da Ambev (ABEV3), apesar do resultado acima do esperado apresentado pela companhia na temporada de balanços do primeiro trimestre. Expectativas de que a companhia sofra pressões de margens significativas nos próximos meses mantiveram a recomendação neutra para os papéis, segundo relatório divulgado nesta terça-feira 24.

"As mudanças dos canais de consumo de cerveja e das embalagens no Brasil podem prejudicar a capacidade da Ambev sustentar o valor da marca, traduzindo-se em alguma erosão do poder de precificação [da empresa]", afirmaram os analistas Thiago Duarte e Henrique Brustolin em relatório divulgado nesta terça-feira, 24.

Os analistas esperam que o volume de cerveja entregue pela companhia no Brasil caia 1,9% ainda neste ano. Inflação de alimentos e a menor renda disponível levarão à menor demanda por cerveja, segundo eles, "e mais do que compensarão o que até agora tem sido um ganho de participação de mercado muito impressionante da Ambev".

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A expectativa de lucro líquido da empresa para 2023 foi revisada para baixo, de R$ 12,752 bilhões para R$ 11,902 bilhões.

O relatório ainda apontou que as ações do setor em que o gigante de cervejas está inserido carrega forte correlação histórica com o aumento das taxas de juro, o que adiciona cautela à tese de investimento.

"À medida que o combate à inflação volta a ser uma prioridade global, acreditamos que taxas mais altas podem se traduzir em múltiplos mais baixos, afetando também a Ambev. Acreditamos que esse processo já tenha começado, com as cervejarias globais negociando agora 8% abaixo da média de cinco anos."

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