Invest

Ações de companhias aéreas derretem no mundo com nova variante

Empresas lideram as quedas na bolsa brasileira. No exterior, há receio de que novos "lockdowns" impactem o setor. Na contramão, fabricantes de vacinas sobem

 (Agency/Getty Images)

(Agency/Getty Images)

AO

Agência O Globo

Publicado em 26 de novembro de 2021 às 16h07.

Última atualização em 26 de novembro de 2021 às 16h20.

As ações das companhias aéreas no mundo todo derretem nesta sexta-feira em meio ao surgimento de uma nova variante do coronavírus encontrada na África do Sul. Investidores temem que novos lockdowns e fechamentos de fronteiras sepultem o segmento que ainda vinha de recuperando da crise causada pela pandemia que já dura quase dois anos. O avanço da variante derrubou as bolsas globais.

No Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro, as aéreas lideram as quedas no dia. A Gol (GOLL4) despenca 13,27%, enquanto Azul cai (11,49%) por volta das 12h30.

A CVC (CVCB3) registrava queda de 9,52% e a Embraer (EMBR3) de 9,22% nesse horário.

No exterior, a American Airlines Group (AAL), negociada em Nasdaq, em Nova York, cai 10,17%. A United Airlines (UAL), na mesma bolsa, tem queda de 11,43%.

Os papéis da Delta Air Lines (DAL) na bolsa de Nova York registram desvalorização de 10,20%.

Alan Gandelman, CEO da Planner Corretora, ressalta que o estresse do mercado nesta sexta-feira está relacionado ao medo de que uma nova pandemia tão grave como a que começou em março de 2020 afete novamente as economias globais e o trânsito de pessoas.

Para as empresas do segmento de aviação e turismo, a situação é ainda mais grave porque havia a expectativa de uma recuperação neste fim de ano, com o aumento do fluxo de viajantes.

"As companhias aéreas estavam começando a respirar um pouco e já pegaram pela frente a alta do querosene de aviação, que fez com que as passagens subissem muito nos últimos meses. As companhias estavam operando com demanda maior e oferta menor para tentar equilibrar as margens, e esperava-se que com esse período de festas e férias, com a abertura de fronteiras internacionais, além da volta de viajantes corporativos, as empresas aéreas pudessem se recuperar. Agora, a incerteza é muito grande", afirma Gandelman.

Israel, Bélgica e Hong Kong confirmaram casos da nova cepa e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou nota técnica nesta sexta-feira recomendando que o governo brasileiro adote medidas de restrições para voos e viajantes vindos de seis países africanos.

União Europeia, Reino Unido e Índia estão entre os países que já anunciaram controles de fronteira, alfandegários e de viagens mais rígidos enquanto os cientistas procuram determinar se a mutação é resistente às vacinas.

Por outro lado, algumas empresas conseguem se destacar no pregão pelo mundo. É o caso das fabricantes de vacinas.

Enquanto as bolsas americanas amargam perdas de mais de 2%, os papéis da Moderna e BioNTech disparavam 26,29% e 20,91%, respectivamente, na bolsa de Nasdaq.

Os ativos da Novavax sobem 10,12%. Na bolsa de Nova York (Nyse), os ativos da Pfizer têm valorização de 5,47%. Os papéis da Johnson & Johnson, por sua vez, cediam 0,29%.

No continente europeu, a AstraZeneca tem baixa de 0,89% na bolsa de Londres, uma queda menor do que a de companhias aéras e petroleiras.

Acompanhe tudo sobre:Açõescompanhias-aereasCoronavírusPandemia

Mais de Invest

O que é private equity e como funciona?

Quanto rendem R$ 20 mil por mês na poupança?

CD americano x CDB brasileiro: quais as diferenças e qual vale mais a pena investir

Goldman Sachs vê cenário favorável para emergentes, mas deixa Brasil de fora de recomendações

Mais na Exame