Ciência

Nova variante de covid: o que se sabe sobre a Omicron

Cepa tem por volta de 100 casos, mas causa preocupação pelo seu grande número de mutações; entenda o motivo

Coronavírus (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

Coronavírus (Radoslav Zilinsky/Getty Images)

LP

Laura Pancini

Publicado em 26 de novembro de 2021 às 09h25.

Última atualização em 26 de novembro de 2021 às 15h32.

Uma nova variante do coronavírus chamada Omicron (B.1.1.529) foi identificada na África do Sul e vem preocupando autoridades mundiais pelo seu grande número de mutações: são 50 ao todo.

Ainda é cedo demais para dizer o quão transmissível ou perigosa ela é, mas a nova variante já levou a quedas na bolsa e a países da Europa restringindo viagens para seu local de origem. Entenda o que já se sabe até agora:

Por que ela se chama Omicron?

A OMS anunciou nesta sexta-feira, 26, que a B.1.1.529 não se chamará "Nu", como era de se esperar pela ordem das nomenclaturas da OMS, e sim Omicron.

O que há de diferente na nova variante?

O diferencial da B.1.1.529 é que 30 de suas 50 mutações ficam na proteína spike, parte do coronavírus essencial para a entrada do vírus nas células do corpo.

De acordo com Tulio de Oliveira, brasileiro e diretor do Centro para Resposta Epidêmica e Inovação, na África do Sul, a nova variante é diferente dos outros tipos porque carrega uma "constelação incomum de mutações".

"Nos surpreendeu, a variante deu um grande salto na evolução [e traz] muitas mais mutações do que esperávamos", disse ele em coletiva.

Após reunião de urgência da OMS, ela foi classificada como variante de preocupação (VOC), o que a junta com cepas como a Delta e a brasileira Gama, por exemplo. Isso não quer dizer que ela já foi confirmada como muito transmissível -- as VOCs apresentam mutações que podem implicar aumento na transmissão ou impactos na eficácia das vacinas. Porém, com somente 100 casos confirmados, é uma possibilidade e não uma garantia.

Quantos casos foram confirmados?

Até agora, foram confirmados 77 casos na Província de Gauteng e 4 em Botsuana, o último em pessoas totalmente vacinadas. Dois casos, um assintomático, foram identificados em Hong Kong depois que uma delas voltou de uma viagem da África do Sul.

Vale ressaltar que novas cepas estão sempre aparecendo, já que é natural do vírus querer se multiplicar para sobreviver, e nem todas são motivo de alarde. Só na plataforma GISAID, por exemplo, mais de 1 milhão de genomas do coronavírus já foram registrados (para comparação, o vírus do HIV tem 50 milhões de cepas diferentes pelo mundo).

Como só 100 casos foram confirmados até então, não há como determinar se sua mutação é realmente mais transmissível, letal ou resistente às vacinas, por exemplo. Neste caso, o certo é aguardar as orientações da OMS.

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