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Ações da Usiminas (USIM5) caem 16% após balanço; entenda

Queda de 32,5% no Ebitda ajustado decepcionou investidores que esperavam maior ganho de eficiência

Usiminas decepciona com resultados do 2º trimestre de 2024 (Fabian Bimmer/Reuters)

Usiminas decepciona com resultados do 2º trimestre de 2024 (Fabian Bimmer/Reuters)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 26 de julho de 2024 às 12h22.

As ações da Usiminas (USIM5) lideram as baixas do Ibovespa nesta sexta-feira, 26, após a divulgação do balanço da siderúrgica na noite de ontem. A siderúrgica apresentou prejuízo de R$ 99,7 milhões no segundo trimestre, revertendo lucro de R$ 287,3 milhões no mesmo período do ano anterior.

Segundo a empresa, a queda ocorreu pelo aumento dos preços das matérias-primas – principalmente placas de aço – e pela desvalorização do real no período.

Além da última linha do balanço, houve grande impacto no Ebitda (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização), principal indicador de caixa operacional. O Ebitda ajustado do segundo trimestre foi de R$ 247,3 milhões, queda de 32,5% na comparação anual e de 41% frente ao trimestre passado.

Entenda os pontos fracos do resultado

O grande ponto de atenção do resultado foi a fraqueza do Ebitda, que ficou cerca de 40% abaixo das expectativas do mercado, pressionado pelo aumento de custos. “Embora as expectativas trimestrais já tenham sido baixas devido a orientação de gestão, os custos ainda foram superiores ao esperado e levaram a uma redução significativa do Ebitda”, escreveram, em relatório, os analistas do Goldman Sachs.

Havia grande expectativa do mercado de que o investimento da empresa no Alto-Forno 3 (BF3), de Ipatinga (MG), se traduzisse em maiores ganhos operacionais – o que não aconteceu. 

“A empresa investiu o equivalente a 30% do seu valor de mercado no BF3 e ​​ainda assim as margens do aço estão mornas apenas em 2%, deixando a empresa dependente de melhores condições de mercado para a rentabilidade. Esperávamos que o investimento permitiria à empresa ser muito mais competitiva e rentável em diferentes condições de mercado.”

E a projeção para o futuro também é desanimadora. A Usiminas forneceu uma projeção de estabilidade para os custos no próximo trimestre, o que foi lido como um balde de água fria para os investidores. “As expectativas da empresa de custos estáveis ​​na divisão siderúrgica podem vir como uma decepção para os investidores que estavam mais optimistas quanto a maiores ganhos de eficiência”, avaliaram os analistas do Itaú BBA em relatório.

Por outro lado, a empresa espera que o preço do aço suba no terceiro trimestre, acompanhando o câmbio. O Goldman estima uma alta de 8% nos preços, que pode ajudar as margens da siderúrgica.

As duas casas de análise mantém a recomendação de compra para as ações da Usiminas. O Goldman, com preço-alvo de R$ 14 – um potencial de valorização (upside) de 69,1% frente ao último fechamento. O BBA, por sua vez, tem preço-alvo de R$ 12 para o papel, upside de 44,9%.

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