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Ações da Amazon (AMZO34) caem mais de 20% após divulgação de resultados do 3T22

O gigante do varejo eletrônico registrou resultados positivos, mas abaixo das expectativas do mercado

Sede da Amazon (AMZO34) (David Becker/Getty Images)

Sede da Amazon (AMZO34) (David Becker/Getty Images)

A Amazon (AMZO34) divulgou nesta quinta-feira, 27, seus resultados do terceiro trimestre de 2022.

Entre julho e setembro a receita foi de US$ 127,10 bilhões, em alta de 14,70% em relação aos US$ 110,81 bilhões registrados no mesmo período de 2021. Um resultado levemente abaixo do esperado, já que os analistas previam uma receita de US$ 127,46 bilhões.

O lucro líquido no período foi de US$ 2,87 bilhões ante os US$ 3,15 bilhões do mesmo período do ano passado. Todavia, no acumulado do ano, a Amazon registra um prejuízo de US$ 3 bilhões, ante um lucro de US$ 19,04 bilhões registrado nos primeiros nove meses de 2021.

O lucro operacional caiu quase pela metade em relação ao ano anterior, de US$ 4,85 bilhões para US$ 2,53 bilhões. A AWS foi responsável por basicamente todo o lucro da empresa, já que a unidade de nuvem gerou uma receita operacional de US$ 5,4 bilhões.

A Amazon informou que espera registrar uma receita entre US$ 140 bilhões e US$ 148 bilhões no quarto trimestre, representando crescimento ano a ano de 2% a 8%. Todavia, os analistas esperavam que as previsões de vendas chegassem a US$ 155,15 bilhões.

A Amazon Web Services (AWS) registrou um faturamento de US$ 20,53 bilhões, em alta de 27% em comparação aos US$ 16,11 bilhões registrados no mesmo período de 2021.

A receita de anúncios cresceu 25% no período, chegando em US$ 9,54  enquanto a concorrência registrou resultados negativos.

Mercado não gostou dos resultados da Amazon (AMZO34)

O mercado não gostou dos resultados da Amazon, e as ações estão caindo mais de 22% nas negociações pós-mercado na Nasdaq. Desde o começo do ano, as ações da Amazon caíram 34,88%.

Como o resto das big techs, a Amazon registrou um ano difícil, enfrentando ventos macroeconômicos hostis, como inflação e taxas de juro crescentes. Desafios que coincidiram com uma desaceleração no negócio de varejo da Amazon, já que os consumidores voltaram a fazer compras nas lojas físicas com o fim da pandemia do novo coronavírus.

“Há muita coisa acontecendo no ambiente macroeconômico, e vamos equilibrar nossos investimentos para ser mais ágil sem comprometer nossas principais apostas estratégicas de longo prazo. O que não mudará é nosso foco maníaco na experiência do cliente, e nos sentimos confiantes de que estamos prontos para oferecer uma ótima experiência para os clientes nesta temporada de compras de fim de ano", escreveu Andy Jassy, CEO da Amazon, no documento de divulgação dos resultados.

Jassy assumiu o comando do gigante fundado por Jeff Bezos em julho de 2021, tentando limitar o aumento das despesas cortando agressivamente os custos em várias divisões. Armazéns da Amazon foram reduzidos, projetos experimentais interrompidos, o serviço de telemedicina cancelado, assim como foram congeladas as contratações no negócio de varejo.

Mesmo assim, os gastos continuaram em ritmo acelerado em algumas áreas, como a aquisição de conteúdo esportivo e de entretenimento para o serviço Prime Video. Além disso, em julho, a Amazon anunciou que adquiriria o provedor de cuidados primários One Medical em um acordo no valor de US$ 3,9 bilhões.

O mercado também está preocupado com a concorrência da Amazon. Nesta quinta-feira, seu maior rival no setor de comércio eletrônico, a Shopify, superou as expectativas dos analistas, registrando um aumento de 22% na receita do terceiro trimestre na comparação anual.

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