Azul: Justiça americana aprovou plano de recuperação da aérea (NurPhoto / Contributor/Getty Images)
Repórter
Publicado em 15 de dezembro de 2025 às 16h56.
Última atualização em 15 de dezembro de 2025 às 18h47.
As ações da Azul (AZUL4) caem forte após a empresa anunciar que conseguiu aprovação da Justiça americana para o seu plano de reestruturação, dentro do processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como Chapter 11.
Por volta das 16h, os papéis de uma das principais companhias aéreas do país registravam perdas de 27,36%, e ainda que tenha reduzido perdas na hora seguinte, ainda assim recuava 20%.
A Justiça dos EUA aprovou o plano de recuperação judicial apresentado e a Azul recebeu mais de 90% de aprovação em todas as classes de credores habilitados a votar.
Com a confirmação do plano, a Azul avança no processo iniciado em maio deste ano, quando deu início a um pedido de recuperação judicial nos EUA, por meio do chamado Chapter 11, um mecanismo que permite a reorganização financeira de empresas sem interromper suas atividades. A companhia foi a última, entre as principais aéreas brasileiras, a recorrer à recuperação judicial.
Na época, com a notícia, as ações da Azul passaram a ser negociadas na casa dos centavos, o que o mercado financeiro costuma chamar de penny stocks. Agora, os papéis voltam a tombar com o risco de diluição massiva dos acionistas minoritários.
Segundo o Bradesco BBI, por conta das conversões de dívida, os detentores de notas 1L ficarão com cerca de 97% de participação e 2L com aproximadamente 3%, após a conversão, subscrições e emissão de novas ações.
Como resultado, os acionistas atuais devem ser quase totalmente diluídos, o que reforça a recomendação de venda e preço-alvo de R$ 0,50.
"Isso, obviamente, não é o ideal para quem está com a ação, não é o ganho de capital que eles projetavam lá atrás, quando eles compraram a ação. Mas não tem muito o que fazer, vimos que todas as companhias aéreas aqui do Brasil passaram por momentos bem difíceis por conta da pandemia e outros problemas também e essa queda intensa está relacionada a isso", afirmou Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
Por outro lado, o banco espera um balanço mais enxuto após o fim do processo, devido à redução da dívida total após as conversões em ações, nova estrutura de pagamentos de leasing e o novo capital de US$ 950 milhões, que será ancorado por investidores comprometidos e subscrito por um ou mais investidores estratégicos.