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25 ou 50 pontos: queda de juros nos EUA vem aí; a grande questão é a magnitude

Atenção dos investidores está voltada para a decisão do Federal Reserve, que, após quatro anos e meio, deve fazer primeiro corte de juros

Karla Mamona
Karla Mamona

Editora de Finanças

Publicado em 16 de setembro de 2024 às 18h11.

Última atualização em 16 de setembro de 2024 às 18h32.

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O primeiro corte de juros nos Estados Unidos dos últimos quatro anos e meio deve ser anunciado na quarta-feira, dia 18. A grande questão é qual vai ser a magnitude da redução.

As expectativas do mercado sobre o tamanho do corte têm sido voláteis nos últimos dias. Nesta segunda-feira, 16, 63% dos investidores estão precificando uma chance de um corte de 50 pontos-base, enquanto 37% apostam em 25 pontos-base, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

O corte esperado pelo mercado está acima do estimado por bancos, como o BofA, que prevê um corte de 25 pontos-base nas próximas cinco reuniões do Fed e uma taxa final entre 3,25% e 3,5%.

Segundo o banco, se o Fed optar por um corte de 50 pontos-base, os mercados provavelmente precificariam um ciclo de cortes mais rápido e profundo.

“Se o Fed cortar 50 pontos em setembro, o mercado entenderá isso como uma admissão de que estão atrás da curva. Achamos que tais cortes agressivos não são justificados com base nos dados que temos em mãos.”

A equipe macroeconômica do BTG Pactual (mesmo grupo controlador da EXAME) também aposta que o Fed implementará seu primeiro corte de 25 pontos na próxima reunião do FOMC, seguido por mais dois cortes até o final de 2024 e mais cinco cortes em 2025.

“Com a inflação anualizada se aproximando da meta de 2% (CPI de 2,5%), tanto investidores quanto o FOMC passaram a focar nas preocupações com o emprego, especialmente após relatórios do mercado de trabalho mais fracos do que o esperado.”

“Chegou a hora de ajustar a política monetária”, afirma Powell em Jackson Hole

Impacto nas ações

Segundo o banco, essa mudança no cenário levou a uma melhor performance de setores que vinham apresentando desempenho inferior ao longo do ano, como o de consumo discricionário (3º pior no acumulado do ano) e o imobiliário (4º pior no acumulado do ano).

Nos últimos seis ciclos de corte (1995, 1998, 2001, 2007, 2019, 2020), o S&P 500 registrou, em média, retornos positivos: 2,7% em três meses, 6,5% em seis meses e 6% em 12 meses após o primeiro corte de juros. Veja tabela abaixo.

Historicamente, o setor de tecnologia e o índice Nasdaq costumam apresentar retornos fortes durante períodos de recuperação econômica ou estímulo monetário, como ocorreu em 1998 e 2020.

Isso se deve ao fato de que cortes nas taxas de juros reduzem os custos de capital, beneficiando empresas em crescimento, concentradas predominantemente nesses setores.

Além disso, setores cíclicos, como o de bens de consumo discricionário, tendem a se beneficiar dos cortes de juros, como demonstrado por seus retornos elevados em 2019 e 2020.

Esses setores, por serem sensíveis aos ciclos econômicos, podem ver um aumento na demanda e nos gastos dos consumidores sob uma política monetária expansionista, levando a retornos mais altos.

Por outro lado, setores defensivos, como o de serviços básicos, historicamente apresentam retornos mais fracos ou até negativos em períodos de queda das taxas de juros, como observado em 1998, 2001 e 2007. “Apesar desses pontos, não identificamos uma tendência clara”, concluiu o BTG Pactual.

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