iFood: bolsas de entregadores são recicladas (iFood/Divulgação)
A foodtech iFood anuncia hoje, 25, suas metas de sustentabilidade para os próximos cinco anos. Entre os compromissos, a empresa quer reduzir o uso de plástico nas operações de delivery, investir em economia circular e também expandir a frota de veículos elétricos em circulação no país. A meta é ter ao menos 50% das entregas feitas por modais não poluentes e alcançar a neutralidade em carbono até 2025.
Na frente elétrica, o iFood iniciou um projeto incentivando a produção nacional em parceria com a montadora Voltz, de motos elétricas. O projeto piloto, que terá início em abril, contará com 30 motos elétricas que serão testadas pelos entregadores. A expectativa é ter 10 mil motos nos próximos 12 meses com a chegada da Voltz ao polo industrial de Manaus e ampliação na capacidade de produção.
Essa não é a primeira vez que a foodtech se une para o desenvolvimento de projetos de mobilidade elétrica. Em outubro a empresa se juntou a Tembici para lançar o iFood Pedal, sistema de aluguel de bicicletas elétricas para os entregadores na cidade de São Paulo. Atualmente são 500 bicicletas na capital paulista e 500 na cidade do Rio de Janeiro e a empresa quer expandir o projeto para outras três capitais até o final do ano.
“Com as motos e as bicicletas elétricas, nossa meta é que, até 2025, sejamos capazes de compensar bem mais do que a gente emite. A ideia é não apenas reduzir o impacto das operações, mas também trazer um benefício à sociedade”, diz Gustavo Vitti, vice-presidente de Pessoas e Soluções Sustentáveis no iFood.
Sem citar nomes, Vitti afirma que para estimular o uso das motos elétricas, o iFood está conversando com dois bancos para a criação de uma de crédito especial para entregadores. “Acreditamos que se encontrarmos um modelos economicamente viáveis, transformaremos os entregadores em clientes'', diz.
“Se conseguirmos fomentar o financiamento adequado e viável para os entregadores, o custo benefício de comprar uma moto elétrica será imensamente maior do que comprar uma à combustão”.
Pegada de carbono
Segundo Vitti, a outra metade poluente das operações será compensada com a compra de créditos de carbono. O primeiro inventário de emissão de gases do efeito estufa (GEE) do iFood relativo ao ano de 2020 foi feito pela Moss, primeira bolsa de carbono do país, que também ficará a cargo de selecionar os projetos ambientais para os quais a empresa irá destinar seus investimentos.
No total, foram emitidas 128 mil toneladas de carbono equivalente, e a compensação dessas emissões custou aproximadamente 4 milhões de reais à empresa, segundo Vitti.
O iFood repetirá o feito nos próximos anos, embora seja difícil estimar os investimentos daqui para frente, especialmente devido às variações no preço do carbono no mercado livre e pelo desempenho da empresa, diz Vitti. “Nossa operação cresce a cada mês que passa”, diz.
Xô, garfinho
Do ponto de vista da poluição plástica, a empresa vai estender o recurso que permite que clientes recusem receber talheres e outros itens de plástico. Até o final da semana serão 40 mil restaurantes cadastrados na iniciativa, cerca de 20% da base atual. Segundo Vitti, todos os restaurantes cadastrados no app poderão aderir ao recurso até o final de abril.
Também no app, a empresa criou um selo para reconhecer as boas práticas ambientais dos restaurantes, com base na redução do uso de plásticos e avaliação dos consumidores.
O iFood também pretende investir na profissionalização e melhoria técnica de quatro cooperativas de reciclagem em São Paulo, Campinas e Salvador, além da construção de uma central de triagem semi-mecanizada, em São Paulo.
“Queremos que todas as empresas de delivery assumam esse papel sustentável. Como líderes na América Latina, pensamos que também poderíamos ser líderes neste quesito, e com isso puxar a agenda entre as outras empresas”, diz Vitti.