Inteligência Artificial

Você não será substituído por IA, mas por quem usa bem IA

Inteligência artificial não é sobre o ostracismo humano, mas sobre ganhos de produtividade para aqueles que dominam a tecnologia

Izabela Anholett
Izabela Anholett

Chief Technology Officer (CTO)

Publicado em 10 de julho de 2023 às 15h55.

Última atualização em 11 de julho de 2023 às 11h00.

Se podemos destacar algo que virou um dos assuntos mais comentados de todos os tempos é como a inteligência artificial (IA) vai mudar o mercado de trabalho e substituir pessoas nas suas profissões.

Duas semanas atrás, inclusive, recebemos aqui na EXAME um grupo de líderes de recursos humanos (RH) para discutirmos exatamente essa ótica: será que daremos adeus aos nossos empregos e veremos robôs executando tudo com primor?

Ainda não há um consenso sobre os impactos na dinâmica do trabalho, mas empresas como a OpenAI, que hoje lidera o setor de IA, já conseguem ter uma ideia das transformações que estão causando.

Durante os meses de maio e junho, a empresa do ChatGPT criou uma comitiva, que incluía até mesmo o CEO Sam Altman, para rodar 22 países e entender os diferentes usos que estão sendo implementados ao redor do globo com sua tecnologia.

Para se ter uma ideia, em Singapura, um time de funcionários públicos está usando plugins do ChatGPT para facilitar encontrar uma vaga disponível em todos os estacionamentos de habitações públicas.

Na França, uma grande rede de supermercados está utilizando o chat para ajudar seus clientes a realizarem suas compras considerando restrições de budget ou alimentares e, ainda, sugerir soluções anti desperdício com dicas de receitas para realizar com ingredientes já comprados.

Em outros fóruns, também temos visto avanços em escritórios de advocacia ao redor do mundo. A Allen & Overy, uma das principais firmas de advocacia do Reino Unido, foi a primeira a anunciar um chatbot para auxiliar os advogados a redigir contratos e memorandos para clientes.

Nos Estados Unidos, o Macfarlanes, um grande consultoria jurídica para empresas de tecnologia, reconhece que muitos dos seus processos são repetitivos, e por isso, na hora de contratar, tem optado por advogados que já tenham noção de quais tarefas podem reservar à IA.

Além de tudo isso, em Abril deste ano, uma pesquisa do Morgan Stanley me chamou a atenção. Um dos resultados demonstra que mais de 75% das pessoas entrevistadas nunca tinha utilizado a tecnologia e menos de 10% usa algumas vezes na semana.

Então, o que está acontecendo?

O que vemos no mercado é uma oportunidade em aplicar essas ferramentas para acelerar o seu próprio trabalho. Sendo assim, o que vamos ver cada vez mais são pessoas sendo substituídas por outras pessoas, mas que sabem aplicar e se beneficiar de todos os ganhos de produtividade que as ferramentas de IA nos dão.

E essa é a verdadeira guerra: desenvolver e reconhecer a importância de quem domina e utiliza bem a tecnologia. A IA é uma ferramenta poderosa que pode aprimorar nossas habilidades, liberar nosso potencial criativo e nos permitir enfrentar desafios de maneiras cada vez mais eficazes.

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