Sundar Pichai: CEO do Google
Redator
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 11h08.
Após um início conturbado, o Google começa a ganhar destaque na corrida da inteligência artificial. Nas últimas semanas, a empresa lançou o modelo Gemini 3, que superou o sistema mais avançado da OpenAI em benchmarks, e passou a fornecer seus próprios chips, os TPUs, a empresas como a Anthropic e, potencialmente, a Meta.
Desse modo, a ofensiva coloca pressão direta sobre duas protagonistas da atual fase da IA generativa: a OpenAI, criadora do ChatGPT e líder entre consumidores, com mais de 10% da população adulta mundial como usuária, e a Nvidia, desenvolvedora das GPUs utilizadas no treinamento e operação dos modelos mais potentes da indústria.
No entanto, a disputa ocorre em esferas distintas. Enquanto o Google tem capacidade para convencer grandes empresas a romper com a Nvidia e com o ecossistema CUDA, oferecendo uma alternativa própria de infraestrutura, conquistar um mercado pulverizado de centenas de milhões de desenvolvedores e usuários da API da OpenAI é um desafio mais complexo: a adesão ocorre caso a caso e a troca de fornecedor costuma ser evitada.
A favor do Google, estão a escala, a possível redução de custos e a integração do Gemini ao seu ecossistema. A empresa também conta com uma sólida capacidade financeira, apoiada por seu lucrativo negócio de publicidade. A OpenAI, por sua vez, enfrenta o avanço da IA do Google ao mesmo tempo que opera no vermelho e com despesas crescentes. Um modelo de anúncios é cogitado, mas ainda não implementado.
Nesse contexto, OpenAI e Nvidia estão pressionadas para provar que seus fossos competitivos – os chamados moats – ainda são profundos o bastante para conter o avanço do Google no mercado de modelos e infraestrutura.
Os holofotes agora se voltam para o próximo modelo da OpenAI, que está sendo treinado com chips Blackwell, da Nvidia. Sam Altman, CEO da criadora do ChatGPT, afirmou que o lançamento deve ocorrer na próxima semana e que ele supera a versão atual do Gemini.