Inteligência Artificial

Apesar da recepção mista ao GPT-5, Sam Altman segue audacioso sobre o futuro da IA e da OpenAI

Com planos de crescimento e mais inovações, CEO estima trilhões de dólares em investimentos – mesmo que isso signifique continuar operando no vermelho “por um longo tempo”

Sam Altman: CEO da OpenAI (JOEL SAGET/Getty Images)

Sam Altman: CEO da OpenAI (JOEL SAGET/Getty Images)

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 11h30.

Uma semana após o lançamento do GPT-5, que recebeu inúmeras críticas de usuários e levou a OpenAI a liberar o acesso às versões anteriores do ChatGPT, o CEO Sam Altman segue confiante e com um discurso audacioso sobre o futuro da inteligência artificial e de sua empresa.

Em um jantar com jornalistas americanos, realizado na quinta-feira, 14, ele reafirmou seu compromisso com planos grandiosos de crescimento e inovações, que podem demandar trilhões de dólares em investimentos – mesmo que isso signifique continuar operando no vermelho “por um longo tempo”.

Com o crescimento contínuo da OpenAI, o CEO acredita que, em breve, bilhões de pessoas interajam com sua IA diariamente. Atualmente, esse número é de mais de 500 milhões. “Em algum momento, o ChatGPT vai dizer mais palavras por dia do que todos os humanos juntos”, disse ele.

Para sustentar essa expansão, Altman ressaltou a necessidade de pesados investimentos em infraestrutura, como data centers. Para isso, ele está disposto a gastar trilhões de dólares para garantir que os serviços oferecidos sejam cada vez mais rápidos e eficientes. Até 2029, estima-se que serão investidos US$ 3 trilhões mundialmente nessas instalações.

Questionado sobre os altos custos, Altman defendeu investimento. “Podemos investir US$ 300 bilhões de dólares e vender US$ 400 bilhões em serviços, mas isso só será possível se tivermos a infraestrutura necessária. Caso contrário, continuaremos decepcionando nossos clientes”, explicou.

Porém, ele também reconheceu que a OpenAI ainda não é lucrativa, principalmente devido aos custos elevados para treinar novos modelos, já que, segundo Altman, a empresa é lucrativa na operação de modelos já treinados (inferência), mas não no desenvolvimento de novos.

Apesar do lançamento do GPT-5 ter gerado tanto entusiasmo quanto frustração entre alguns usuários, Altman disse que as requisições feitas para a API (Interface de Programação de Aplicações) dobrou em 48 horas após o lançamento do modelo, levando à sua limitação por causa da capacidade computacional.

Em relação ao futuro dos modelos de IA, o CEO avalia que, embora as inovações sejam mais incrementais, os modelos ainda estão evoluindo rapidamente. No entanto, ele reconheceu que a funcionalidade básica de ChatGPT já alcançou um ponto de saturação. “O teste de Turing já foi superado”, concluiu Altman, referindo-se ao momento em que um modelo de IA poderia enganar um ser humano durante uma conversa.

Ambições além da IA

Altman também compartilhou sua visão sobre o futuro da empresa e suas ambições além da IA. Ele mencionou, por exemplo, interesse em adquirir o Google Chrome, caso o navegador seja vendido como parte de um acordo antitruste. No momento, a OpenAI está investindo em uma versão própria integrada com IA.

Além do interesse da empresa de Altman, nesta semana, a Perplexity, avaliada em US$ 18 bilhões, fez uma oferta de US$ 34,5 bilhões para assumir o navegador mais usado do planeta, que conta com mais de 3,5 bilhões de usuários.

Por fim, Altman confirmou o interesse em investir em interfaces cérebro-computador, inspiradas e para competir com os chips da Neuralink, de Elon Musk, seu ex-parceiro e atual rival.

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