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Saúde propõe reduzir isolamento em locais com menos lotação de leitos

Em locais com mais de 50% dos leitos disponíveis, o distanciamento amplo deverá ser substituído pelo isolamento seletivo, com foco nos grupos de risco

Ministério da Saúde: equipe deve mudar as diretrizes sobre o isolamento social no país (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Ministério da Saúde: equipe deve mudar as diretrizes sobre o isolamento social no país (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Clara Cerioni

Publicado em 6 de abril de 2020 às 21h18.

Última atualização em 6 de abril de 2020 às 21h48.

O Ministério da Saúde recomendou nesta segunda-feira, 6, que municípios que implementaram medidas de distanciamento social ampliado façam uma migração, a partir de 13 de abril, para o distanciamento social seletivo, em que alguns grupos mais susceptíveis ao novo coronavírus se mantenham de fato isolados.

Em boletim epidemiológico, a pasta faz a orientação para "localidades em que os casos confirmados da doença não tenham comprometido mais de 50% da capacidade instalada do seus sistemas de saúde".

"A partir de 13 de abril, os municípios, Distrito Federal e Estados que implementaram medidas de Distanciamento Social Ampliado (DSA), onde o número de casos confirmados não tenha impactado em mais de 50% da capacidade instalada existente antes da pandemia, devem iniciar a transição para Distanciamento Social Seletivo (DSS)", diz trecho do documento.

Leia na íntegra o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde

Em coletiva de imprensa no Palácio do Planalto, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, afirmou que não é possível fazer uma passagem direta de uma situação muito restritiva para outra sem restrições.

"É um começo de uma flexibilização para uma transição gradual de onde está implementado o distanciamento social ampliado, como São Paulo e Distrito Federal, migrar gradualmente e com segurança para o distanciamento social seletivo", disse.

Após um dia de incerteza sobre a permanência de Luiz Henrique Mandetta como ministro da Saúde, o chefe da pasta fez um pronunciamento em que garantiu que "permanece no cargo".

Ele disse, ainda, que o “momento é de isolamento social” e salientou que o que a população passou nas últimas duas semanas não é quarentena e não é lockdown. “Quarentena e lockdown é muito mais duro que isso”.

Diferenças de isolamento

De acordo com o boletim, distanciamento social ampliado é uma "estratégia não limitada a grupos específicos, exigindo que todos os setores da sociedade permaneçam na residência durante a vigência da decretação da medida pelos gestores locais. Esta medida restringe ao máximo o contato entre pessoas."

Já o distanciamento social seletivo é uma "estratégia onde apenas alguns grupos ficam isolados, sendo selecionados os grupos que apresentam mais riscos de desenvolver a doença ou aqueles que podem apresentar um quadro mais grave, como idosos e pessoas com doenças crônicas (diabetes, cardiopatias etc) ou condições de risco como obesidade e gestação de risco. Pessoas abaixo de 60 anos podem circular livremente, se estiverem assintomáticos."

Segundo as autoridades de saúde, é possível, ainda, um terceiro modelo, de bloqueio total, o lockdown, que pode ser efetivo mas tem um alto custo econômico. Atualmente, nenhuma região do Brasil adotou essa medida.

(Com informações da Agência O Globo)

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