Web3 é termo utilizado para o que pode ser a nova fase da internet (Getty Images/Reprodução)
Famosa por divulgar executivos promissores, a lista Forbes Under 30 selecionou dois nomes do universo blockchain pela primeira vez no final de 2022. Inclusos na seção de “Tecnologia e Inovação”, os executivos brasileiros integram um verdadeiro “hall da fama” que inclui nomes como Marina Ruy Barbosa, Djonga, Rebeca Andrade e Casimiro.
Caio Barbosa e João Borges foram os jovens executivos brasileiros a garantir o feito inédito no mercado cripto brasileiro. Ambos lideram startups que utilizam a tecnologia blockchain como seu principal negócio e, além do sucesso e receitas milionárias, se destacam por terem conquistado seu lugar ao sol antes dos 30 anos.
Aos 25 e 27 anos, respectivamente, Caio e João marcam a abertura do público geral para o reconhecimento de nomes promissores no mercado de criptoativos. Ainda que em um mau momento, em meio a alta inflação, guerras e falências, eles provaram que é possível realizar uma boa gestão e obter sucesso no setor que promete ser o futuro da internet e das finanças.
Natural de Bangu, no Rio de Janeiro, Caio Barbosa criou a Lumx Studios com seu sócio Gabriel Polverelli em janeiro de 2022 e, nesse ano, já se destacou em fevereiro com sua própria coleção de NFTs, chamada de 55Unity, que esgotou em 48 horas, vendendo R$ 2 milhões.
No decorrer do ano, a startup de Caio e Gabriel faturou R$ 5 milhões e realizou projetos de NFTs para grandes empresas, como Reserva, Coca-Cola, Ambev e Meta (antigo Facebook). O time, composto de mais de 20 pessoas, já tem previsão para crescer mais em 2023.
“Essa indicação foi muito importante. Vindo de onde eu vim e passando pelo o que eu passei, realmente achava que isso era um sonho muito distante e muito difícil de ser alcançado”, comentou Caio em entrevista à EXAME.
Antes da indicação na Forbes Under 30, o executivo já havia contado ao Future of Money a sua história de vida e como chegou ao sucesso com a Lumx Studios:
https://www.youtube.com/watch?v=vPJavpq61Oo
“Do ponto de vista social isso tem muita importância, por eu ser uma pessoa negra do subúrbio do Rio isso traz uma questão de representatividade. Do ponto de vista da indústria também traz uma grande importância para a indústria cripto e Web3 como um todo. Dentro do setor de tecnologia e inovação [da lista] duas das seis pessoas selecionadas trabalham com Web3 e isso mostra que o nosso setor, ainda que estejamos no inverno cripto, ainda está em grande relevância”, acrescentou Caio, sobre a seleção para a lista de executivos promissores.
Cada candidato a se tornar um “Forbes Under 30” é avaliado segundo uma série de critérios e métricas objetivas e subjetivas, como faturamento, criatividade, ineditismo, benefícios sociais reais e projetados, número de pessoas impactadas (e em que medida) e potencial em curto, médio e longo prazos e cada categoria tem seu próprio corpo de jurados.
Também selecionado a partir do crivo citado, João Borges aposta nos jogos em blockchain para os negócios da bayz, fundada em 2021. Natural de Salvador, na Bahia, o executivo de 27 anos atuou como cofundador e Chief Strategy Officer na startup que alcançou um faturamento de R$ 5 milhões.
“Ser pioneiro é incrível, mas sem dúvida traz ainda mais responsabilidade pelo que entregamos”, comentou João, em entrevista à EXAME.
A nomeação teve ainda mais importância para o executivo graças ao momento que o mercado cripto enfrenta. A possibilidade de construir projetos robustos mesmo em meio a uma crise que derrubou a cotação dos principais criptoativos e trouxe incerteza aos investidores é essencial para conquistas futuras.
“Em meio ao ano mais especial e desafiador dos últimos tempos, tive a chance de ser reconhecido como um dos jovens abaixo de 30 anos no Brasil que estão revolucionando o mercado. Ser um dos primeiros empreendedores da Web3 no país a entrar para esta lista traz uma importância muito grande para essa nomeação, ainda mais ao lado de um profissional que admiro imensamente como o Caio Barbosa, da Lumx”, disse.
Desde 2021 quando foi fundada, a bayz chama a atenção de investidores que enxergam potencial na tecnologia blockchain para além das criptomoedas. Neste mesmo ano, a startup realizou uma rodada seed que captou R$ 21 milhões e desde então está focada em tracionar ainda mais os resultados da startup, reforçando o pioneirismo no mercado de Web3.
“Acredito que a Web3 ganhou espaço na lista da Forbes Under 30 deste ano porque essa revolução já não pode mais ser ignorada. Os empreendedores que estão conseguindo gerar o maior impacto e construir soluções que ajudem cada vez mais pessoas a serem introduzidas à esta nova era da internet de uma forma fácil estarão ainda mais em evidência”, comentou João sobre a seleção para a lista.
A Web3, classificada por especialistas como a nova fase da internet, pode utilizar a descentralização do blockchain para dar mais autonomia aos usuários, integrando NFTs e outros criptoativos em seu dia a dia.
O mesmo é válido para o mundo dos games. Enquanto no formato atual, usuários precisam pagar para ter acesso a jogos, funcionalidades e artefatos virtuais, os jogos em blockchain prometem mudar essa dinâmica.
Retornos em criptomoedas ao conquistar determinados desafios, a propriedade sobre bens virtuais, além da chance de votar em decisões da equipe desenvolvedora, entre outras possibilidades, se tornam possíveis pelo uso de tokens em blockchain.
“No mercado de games, nós estamos ajudando a construir a nova geração de jogos que utilizam de tecnologias como blockchain nativo para dar suporte a toda uma experiência de propriedade digital de bens nesses mundos virtuais”, disse
Em julho de 2022, a bayz esteve no podcast do Future of Money para comentar as perspectivas do setor de jogos em blockchain e se o futuro dos jogos é descentralizado:
https://www.youtube.com/watch?v=uNC8yeU1XA4
Atualmente, a bayz conta com mais de 50 funcionários, 140 milhões em alcance nas redes sociais e uma comunidade no Discord com mais de 30 mil membros. Kevin Lin, cofundador do Twitch, é conselheiro estratégico da empresa, que também tem como embaixadores os streamers Nobru e Cerol, com mais de 43 milhões de seguidores.
“Blockchain é inquestionável e é apenas uma questão de tempo para que mais setores adotem essa tecnologia. Grandes marcas e nomes do setor financeiro, automobilístico, de moda, esportes, entre outros, já estão olhando para essa inovação como estratégia para engajar seus clientes e comunidades", concluiu João Borges, em entrevista à EXAME.
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