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Vanguard, gestora de R$ 35 trilhões, adota postura anti-cripto e não vai oferecer ETFs de bitcoin

Segunda maior gestora do mundo afirmou que produtos de investimento em cripto "não se enquadram" em sua filosofia de investimento

SEC aprovou pedidos para lançamentos de ETFs de bitcoin nos EUA (envato/Reprodução)

SEC aprovou pedidos para lançamentos de ETFs de bitcoin nos EUA (envato/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 15 de janeiro de 2024 às 11h08.

A Vanguard, segunda maior gestora do mundo, divergiu de gigantes do mercado como a BlackRock, a Fidelity e o JPMorgan e anunciou que não vai oferecer ETFs de bitcoin para seus clientes. Atualmente, a companhia possui cerca de US$ 7 trilhões (R$ 35 trilhões, na cotação atual) em ativos sob gestão.

Em um comunicado sobre a decisão, a Vanguard explicou que os fundos negociados em bolsa de preço à vista da criptomoeda "não se enquadram na filosofia de investimentos" da gestora. Por isso, ela optou por não oferecê-los em sua plataforma de negociação para investidores.

Além disso, a gestora também decidiu bloquear opções de compra de outros produtos de criptomoedas que eram anteriormente oferecidos para seus clientes. Entre eles, estão ETFs de preços futuros do bitcoin, que foram lançados nos Estados Unidos em 2021.

A postura da Vanguard mostra que ainda não há uma visão consensual sobre o bitcoin e as criptomoedas por parte do mercado tradicional. Clientes de bancos como o Citi e a UBS também relataram problemas para acessar os ETFs de bitcoin para compra, após a aprovação de 11 solicitações pela SEC.

Postura "anti-bitcoin" da Vanguard

Para o analista de ETFs da Bloomberg Eric Balchunas, a posição "anti-bitcoin" da Vanguard "está totalmente alinhada aos ideais da marca" e teria deixado o seu fundador, o já falecido John Bogle, "orgulhoso".

Ele lembrou que Bogle era conhecido por ser um grande crítico sobre o investimento em commodities, como ouro, prata e petróleo, não vendo um "valor intrínseco" nesses ativos. O bitcoin também é classificado por especialistas como uma commodity. Para o fundador da Vanguard, seria mais vantajoso e lucrativo investir em ações de companhias com exposição a commodities, não nas commodities em si.

"Dito isto, acho que eles irão suavizar [essa postura] nos próximos anos. À medida que eles constroem seus negócios de consultoria, eles precisarão dar acesso a investimentos alternativos. Recentemente, eles entraram na área de private equity por esse motivo", destacou.

Os ETFs de bitcoin foram aprovados pela SEC na última quarta-feira, 10, e estrearam no mercado no dia seguinte. Apenas no primeiro dia de negociação, eles registraram cerca de US$ 4 bilhões em volume negociado, o que analistas apontam ser um recorde para a estreia de fundos negociados em bolsa nos Estados Unidos.

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