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Presidente de El Salvador diz que não vai vender bitcoin apesar de lucro de mais de 40%

Governo adotou estratégia de aquisição da criptomoeda em 2021 e também transformou ativo em moeda legal do país

El Salvador adotou o bitcoin como moeda de curso legal em 2021 (AFP/AFP Photo)

El Salvador adotou o bitcoin como moeda de curso legal em 2021 (AFP/AFP Photo)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 1 de março de 2024 às 11h35.

Última atualização em 1 de março de 2024 às 11h35.

O presidente de El Salvador Nayib Bukele afirmou na última quarta-feira, 28, que não pretende vender nenhuma unidade de bitcoin que o país adquiriu desde 2021, mesmo com um lucro potencial de mais de 40% após o mais recente movimento de alta da criptomoeda, que disparou para mais de US$ 60 mil.

Bukele falou sobre o tema em uma publicação no X, antigo Twitter, em que também criticou pessoas que duvidaram da estratégia do país de aquisição da criptomoeda: "Quando o preço de mercado estava baixo, escreveram literalmente milhares de artigos sobre nossas supostas perdas".

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"Agora que o preço de mercado do bitcoin está em alta, se vendêssemos, teríamos um lucro de mais de 40% apenas com as compras no mercado, e nossa principal fonte de bitcoin agora é nosso programa de cidadania", comentou o político, se referindo a uma medida para atrair cidadãos estrangeiros para o país com concessão de cidadania em troca de um pagamento em bitcoin.

Entretanto, mesmo com a alta, Bukele disse que "não venderemos [bitcoin], claro! No final, 1 bitcoin equivale a 1 bitcoin, isso era verdade quando o preço de mercado estava baixo e é verdade agora. Mas é muito revelador que os autores dos artigos, os 'analistas', os 'especialistas', os 'jornalistas', estejam agora totalmente silenciosos".

El Salvador adotou em 2021 uma estratégia de aquisição da criptomoeda como reserva de legal, com compras no mesmo ano e em 2022. Ainda em 2021, o país adotou o bitcoin como moeda de curso legal, buscando incentivar o uso do ativo entre a população para atividades do dia a dia, como compras e transações.

De acordo com uma pesquisa recente da Triple-A, aproximadamente 109.175 pessoas possuem bitcoin em El Salvador, ou aproximadamente 1,72%. Já um estudo da Universidade Centroamericana José Simeón Cañas apontou que apenas 12% da população local usou bitcoin para pagar por bens ou serviços em 2023, um número significativamente inferior aos 24,4% revelados pela mesma pesquisa em 2022.

O país já realizou diversas iniciativas que envolvem bitcoin, com projetos da “Praia Bitcoin”, “Cidade Bitcoin”, mineração da criptomoeda através da energia de vulcões, títulos de dívida pública em bitcoin, cidadania para quem decidir investir US$ 1 milhão em bitcoin no país e até mesmo a inclusão de matérias sobre a criptomoeda em escolas.

Apesar do sucesso financeiro com a estratégia, a adoção da criptomoedas entre a população ainda é baixa, indicando os resultados mistos do plano implementado por Bukele. O político, que também enfrenta acusações de ter implementado medidas autoritárias e antidemocráticas no país, foi reeleito neste ano com mais de 80% dos votos.

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