USDC foi a criptomoeda pareada ao dólar mais afetada pela quebra do SVB (Reprodução/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 15 de março de 2023 às 13h45.
Os temores do mercado em relação à USDC após a falência do Silicion Valley Bank (SVB) resultaram em uma fuga de investidores do projeto, fazendo com que a criptomoeda pareada ao dólar tivesse uma redução de US$ 3,9 bilhões (R$ 20,63 bilhões, na cotação atual) na sua oferta total de mercado. Os dados foram divulgados pela plataforma CoinGecko na última terça-feira, 14.
O relatório elaborado pela empresa aponta uma perda de 9,1% na oferta em circulação da stablecoin. O movimento de queda começou no último sábado, 11, e se estendeu até o início da segunda-feira, 13. Desde então, houve uma estabilização, sem grandes flutuações.
Considerando as seis maiores criptomoedas pareadas ao dólar do mercado, as que foram mais beneficiadas pela saída de investidores da USDC foram a True USD (TUSD) e a DAI. As duas tiveram uma alta na oferta em circulação de, respectivamente, 57,4% e 27,4% no mesmo período. Outras duas stablecoins, o Tether (USDT) e a Frax tiveram crescimentos de oferta de 1,3% e 0,1%, enquanto a BUSD não teve alterações.
Mesmo assim, o mercado de stablecoins como um todo encolheu US$ 0,9 bilhão de 7 a 13 de março. Mas o número poderia ter sido pior, com as perdas chegando a um pico de US$ 1,9 bilhão antes de diminuírem. Para a CoinGecko, os dados mostram que "investidores abandonaram o que era até então considerado um santuário seguro para os criptoativos".
O levantamento associa as perdas diretamente à falência do Silicion Valley Bank. Após o anúncio de fechamento, a Circle, que emite a USDC, revelou que tinha US$ 3,3 bilhões no banco em reservas que garantem a paridade da criptomoeda. A informação gerou pânico no mercado e levou à saída de investidores.
O movimento resultou em uma perda temporária da paridade da USDC em relação ao dólar. No sábado, 11, a stablecoin chegou a valer US$ 0,87. Entretanto, no dia seguinte ela já iniciou um movimento de recuperação após os reguladores dos Estados Unidos anunciarem um plano que permitiu que os clientes do bancos acessassem seus depósitos.
Outro levantamento do CoinGecko divulgado no mesmo dia aponta que a Circle era a maior empresa do mercado de criptomoedas com exposição declarada ao Silicion Valley Bank antes da sua falência. A pesquisa levou em conta apenas as declarações públicas de companhias.
A Paxos ficou na segunda posição, com US$ 250 milhões depositados no banco, de acordo com um comunicado para o público. Já a corretora Coinbase, a maior dos Estados Unidos, ficou na terceira posição, com US$ 240 milhões. A empresa de empréstimos com criptomoedas falida BlockFi ficou em quarto, com US$ 227 milhões.
Ao todo, a CoinGecko identificou ao menos US$ 3,5 bilhões em exposições do mercado de criptomoedas ao Silicon Valley Bank e outros US$ 490 milhões no Signature Bank, outro banco amigável ao setor cripto que também foi fechado por autoridades norte-americanas nos últimos dias.
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