(Reprodução/Reprodução)
Redação Exame
Publicado em 4 de janeiro de 2025 às 10h00.
A iniciativa do Open Finance, liderada pelo Banco Central, estabeleceu novos paradigmas no relacionamento entre instituições financeiras e consumidores. Esse ecossistema está cada vez mais robusto no Brasil, e o País se posiciona ao lado de mercados avançados como Reino Unido e Austrália, trazendo benefícios significativos para empresas e usuários.
Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o número de usuários do Open Finance ultrapassou 42 milhões em 2024, um marco que reflete o amadurecimento do sistema no Brasil. Esse crescimento demonstra a consolidação de uma plataforma que, além de promover a transparência, incentiva a criação de produtos e serviços financeiros mais personalizados.
O Brasil atingiu uma maturidade de 77% no índice Open Finance, segundo estudo da Capgemini. Esse avanço facilita a adesão de empresas ao ecossistema, mas também transforma os modelos de negócio de bancos tradicionais, que agora competem com fintechs por uma fatia desse mercado inovador.
Empresas que adotarem o Open Finance no próximo ano estarão bem posicionadas para aproveitar uma série de benefícios. A personalização de produtos financeiros, baseada em dados, impulsiona estratégias de cross-selling e up-selling, gerando aumento de receitas. Além disso, a interoperabilidade de APIs simplifica processos, reduzindo os custos operacionais e os gastos com infraestrutura.
A expansão de mercado é outro destaque, já que o alcance de populações não bancarizadas contribui para a inclusão financeira e amplia a base de clientes. Ademais, o compartilhamento de dados estruturados no Open Finance facilita a avaliação de crédito e a análise de riscos, permitindo decisões mais precisas e seguras, melhorando a gestão de riscos e o compliance.
Para os consumidores, o Open Finance promete soluções igualmente vantajosas. O compartilhamento consentido de dados possibilita a personalização de produtos e serviços, oferecendo opções ajustadas às necessidades financeiras dos usuários, como empréstimos, seguros e investimentos. A competitividade também é incentivada, uma vez que a facilidade para comparar produtos financeiros estimula melhores condições de mercado.
Adicionalmente, ferramentas que permitem gerenciar permissões em tempo real promovem maior controle, transparência, segurança e confiança. Por último, a inclusão financeira se destaca ao oferecer produtos acessíveis, como microsseguros e linhas de crédito, a populações antes desassistidas pelo sistema tradicional, como trabalhadores informais.
O próximo ano será marcado por avanços tecnológicos e pela expansão da ferramenta em áreas ainda não plenamente exploradas. Entre as principais tendências estão:
A interoperabilidade entre os dois sistemas permitirá que dados financeiros sejam utilizados para oferecer seguros ajustados a perfis específicos. Essa sinergia resultará em soluções como seguros baseados em comportamento e microsseguros acessíveis para trabalhadores informais.
A automação de pagamentos recorrentes, diretamente integrada ao Open Finance, permitirá que despesas como aluguel e contas sejam quitadas de forma automática, simplificando a gestão financeira dos consumidores.
Serviços financeiros e de seguros estarão cada vez mais presentes em plataformas não financeiras, como marketplaces e aplicativos de delivery, democratizando o acesso a esses produtos.
Consumidores poderão compartilhar suas informações financeiras em troca de benefícios como ofertas personalizadas, sempre respeitando regulações como a LGPD. Esse modelo promove o protagonismo do cliente e incentiva a confiança no sistema.
APIs padronizadas e a aplicação de IA generativa e machine learning serão fundamentais para prever comportamentos, ajustar riscos e oferecer soluções sob medida. Isso permitirá a criação de serviços financeiros altamente personalizados.
O avanço do setor dependerá de tecnologias como inteligência artificial preditiva, aprendizado de máquina e Big Data. Essas soluções favorecem o desenvolvimento de produtos e serviços altamente personalizados, ajustados ao comportamento e às preferências individuais dos usuários. Além disso, ampliam a capacidade das empresas de antecipar tendências e avaliar riscos, fornecendo insights em tempo real para decisões mais estratégicas.
O Big Data, por exemplo, contribui para a rápida detecção de fraudes, enquanto identifica padrões de comportamento e novas oportunidades de mercado. Nesse cenário, a integração entre os sistemas financeiros será fundamental para que esses avanços tecnológicos sejam implementados de forma eficaz, promovendo um ecossistema mais colaborativo e eficiente.
O Open Finance está revolucionado o setor financeiro ao criar um ecossistema mais inclusivo, tecnológico e centrado no consumidor. Com expectativa de novos players e parcerias estratégicas, 2025 promete ser um ano decisivo para a consolidação desse modelo no Brasil, projetando o país como referência no cenário global de inovação financeira.
*Por Murilo Rabusky, Diretor de Negócios da Lina Open X , empresa de soluções de infraestrutura para o mundo Open.
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