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Mudança nos EUA força países a se reposicionarem em cripto, diz CEO da Binance

Em entrevista à EXAME, Richard Teng fez balanço sobre os dois primeiros anos à frente da Binance e destacou mudanças no mercado cripto

Binance: CEO destacou mudanças no mercado cripto (Binance/Divulgação/Divulgação)

Binance: CEO destacou mudanças no mercado cripto (Binance/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 3 de dezembro de 2025 às 16h12.

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O mercado de criptomoedas está passando por uma transformação profunda, marcada por uma "mainstreamnização" e maturidade crescente. É o que avalia Richard Teng, CEO da Binance, em entrevista à EXAME durante a Binance Blockchain Week, realizada pela corretora de criptomoedas em Dubai.

Teng assumiu o comando da maior corretora do mundo em 2023, após a Binance fechar um acordo com os Estados Unidos que encerrou uma investigação em torno da violação de leis contra lavagem de dinheiro e terrorismo violadas por clientes da exchange. Desde então, o executivo liderou o esforço da corretora no cumprimento de exigências regulatórias.

O CEO afirma que "os dois anos passaram voando", e não apenas para a Binance. "A indústria amadureceu, foi abraçada pelas instituições, houve uma 'mainstreamnização' de cripto, com grande apoio no mercado. Há 2 anos, ninguém imaginava que teria ETFs ou instituições como a BlackRock abraçando cripto. Muita coisa mudou.

O papel dos Estados Unidos

Para Teng, uma das principais mudanças nesse período veio dos Estados Unidos, que "foi de uma postura anti-cripto para querer ser a capital mundial de cripto". E o executivo aponta um efeito em cadeia desse movimento: "Isso força os países a se reposicionarem e a se espelharem nos EUA. Força o resto a reconsiderar a posição sobre o tema".

Um avanço destacado pelo CEO da Binance foi a assinatura do Genius Act, projeto de lei específico para a regulação de stablecoins. Antes disso, houve a aprovação de ETFs de bitcoin e ether em 2024. O executivo vê um ímpeto em torno do setor que deve aumentar no próximo ano, graças à crescente adoção por instituições tradicionais.

Mesmo assim, ele também enxerga os desafios do setor. "Ainda existem muitos equívocos sobre cripto nas instituições financeiras, no mundo tradicional. Eles pensam que cripto é usada para lavagem de dinheiro, mas isso não tem correspondência nos fatos. O uso de cripto em crimes cai ano a ano, e é uma fração do que acontece no mundo financeiro".

"A lavagem de dinheiro no mercado tradicional movimenta US$ 2 trilhões por ano, e cripto é uma fatia minúscula disso. As criptomoedas têm uma tecnologia rastreável, mas ainda enfrentam esse equívoco", destacou. Nesse cenário, o executivo acredita que é necessário aumentar ainda mais as ações de educação sobre o setor.

Binance em 2026

O CEO destaca ainda as duas áreas que devem continuar crescendo em 2026: pagamentos e tokenização. "Os grandes casos de uso de cripto vão continuar ganhando ímpeto", projeta. No caso da Binance, Teng cita uma institucionalização intensa da empresa nos últimos anos, que segue em busca de novos mercados e expansão nos mercados atuais.

Teng vê a América Latina como uma "região com crescimento acelerado e com muita diversidade de casos de uso, como reserva de valor, diversificação de investimentos, pagamentos. Cada região tem suas necessidades, e precisamos entender isso melhor. Se olharmos os 20 países com maior adoção de cripto, três são da América Latina. E só o Brasil saiu da posição 10 para a 5. É um grande crescimento e estamos animados para apoiar os usuários da região".

Apesar dos avanços destacados por Teng — e de uma onda de IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) nos Estados Unidos —, o CEO evitou dar sinais mais concretos sobre uma possível abertura de capital por parte da corretora. Ressaltou, porém, "que qualquer grande posicionamento corporativo precisa ser levado a sério".

"São coisas que precisam ser discutidas com os acionistas e com a avaliação do que faz sentido fazermos. Mas, no nível gerencial, queremos construir a melhor plataforma para servir nossos usuários, com os melhores produtos e a maior segurança. No momento, nosso foco está em atrair o próximo bilhão de usuários de cripto", afirma.

*O jornalista viajou para Dubai a convite da Binance.

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