Repórter do Future of Money
Publicado em 17 de dezembro de 2024 às 15h19.
O Japão se juntou na semana passada a um grupo de países que iniciaram discussões sobre a possibilidade de criarem reservas estratégicas de bitcoin. O movimento ainda é incipiente, mas ganhou tração após sinalizações positivas sobre o plano por parte de Donald Trump, o presidente eleito dos Estados Unidos.
O parlamentar Satoshi Hamada entrou com um pedido formal em 11 de dezembro para que a Dieta Nacional do Japão, o parlamento do país, inicie discussões sobre o tema. Satoshi faz parte de um partido pequeno, mas outros parlamentares de outros partidos também deram sinais de apoio ao bitcoin e às criptomoedas.
Até o momento, o Parlamento ainda não informou se aceitou o pedido de Satoshi e se pretende iniciar discussões sobre a criação dessa reserva. Além do Japão, a Rússia, o Brasil, a Polônia e os Estados Unidos também ganharam discussões sobre o tema nas últimas semanas.
Nos Estados Unidos, o presidente eleito Donald Trump confirmou na semana passada que está cogitando criar uma reserva estratégica de bitcoins semelhante à reserva estratégica de petróleo que o país possui. Entretanto, ele não deu mais detalhes sobre o plano.
A senadora republicana Cynthia Lummis, do mesmo partido do presidente eleito, já protocolou no Senado dos EUA um projeto de lei que obrigaria o governo a construir essa reserva.
A ideia, segundo a senadora, seria que o governo do país comprasse 200 mil unidades de bitcoin nos cinco anos seguintes à aprovação da proposta, resultando em uma reserva de 1 milhão de unidades do ativo. Considerando a cotação atual, o volume valeria mais de US$ 90 bilhões (pouco mais de R$ 544 bilhões, na cotação atual).
Já no Brasil, o deputado federal Eros Biondini (PL-MG) apresentou um projeto de lei na Câmara dos Deputados que também obrigaria a construção da reserva por parte do governo federal. O argumento é que a reserva ajudaria a proteger a economia nacional e as reservas brasileiras.
Na Rússia, o presidente do país, Vladimir Putin, elogiou o bitcoin e defendeu o direto de países adotarem a criptomoeda como uma forma de ter mais independência de possíveis intervenções de outras economias. Agora, a possibilidade de adotar o ativo como reserva começou a ser discutida.
O avanço dessas discussões é acompanhado com atenção no mercado, já que a criação de reservas implicaria em uma nova demanda relevante por bitcoin e poderia impulsionar ainda mais o preço do ativo. Apesar do otimismo de investidores, esse cenário ainda pode demorar alguns anos para se concretizar.