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Institucionalização vai reduzir volatilidade das maiores criptomoedas, diz executiva da Binance

Em entrevista exclusiva à EXAME, Catherine Chen destacou adoção acelerada de criptomoedas por investidores institucionais

Binance: executiva fala sobre institucionalização do setor (Binance/Divulgação/Divulgação)

Binance: executiva fala sobre institucionalização do setor (Binance/Divulgação/Divulgação)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Editor do Future of Money

Publicado em 5 de dezembro de 2025 às 12h00.

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A crescente institucionalização do mercado cripto deve trazer uma série de mudanças, e uma delas é a potencial redução da volatilidade no preço das maiores criptomoedas do setor. É o que afirma Catherine Chen, líder global da área de clientes institucionais da Binance, em uma entrevista exclusiva à EXAME.

Durante a Binance Blockchain Week, em Dubai, Chen destacou a participação cada vez maior de investidores institucionais no mercado cripto, mas destacou que esse movimento acaba tendo uma lentidão natural, considerando as próprias características e o comportamento dessa classe de investidores.

Mesmo assim, a executiva acredita que não há como voltar atrás, e que a influência de instituições financeiras tradicionais no mercado de criptomoedas vai crescer ano a ano, em um movimento essencial para o próprio crescimento do setor.

Um futuro institucional

Chen destaca que a institucionalização do mercado cripto está "ocorrendo exatamente como prevíamos na Binance". Ele pontua que o lançamento de produtos de investimento no setor por grandes empresas tradicionais, em especial os ETFs da BlackRock, ajudou a "dar a legitimação para essa classe de ativos".

Na prática, o novo cenário "obriga as gestoras e bancos a ver o setor de novo, analisar com mais cuidado". A executiva reconhece que essa aproximação entre as criptomoedas e o mercado "nunca vai acontecer da noite para o dia, é um processo gradual". Mas o movimento já começou.

"Definitivamente estamos vendo uma entrada gradual dos institucionais, e começa de forma pequena, porque as instituições menores são mais ágeis, tem menos restrições. As maiores fazem de forma apropriada, séria e da forma própria deles", comenta.

A própria Binance tem buscado impulsionar o movimento, com foco inicial nos institucionais menores e agentes autônomos. "Conforme o tempo passa, estamos vendo um interesse de grandes instituições, considerando entrar ou já entrando no mercado cripto".

No caso das instituições maiores, a disponibilidade maior de recursos e tecnologia não independe totalmente a busca por serviços da Binance e outras corretoras, já que a infraestrutura exigida para investir em cripto costuma ser "completamente diferente". "Por isso, ainda faz sentido ter uma parceria para ter uma plataforma confiável, testada".

Chen também vê um passo importante para o setor com o avanço da regulação dos Estados Unidos, simbolizado pela aprovação neste ano do Genius Act, regulação específica para as stablecoins. A lei "dá a confirmação que não dá para evitar ou ficar só esperando o setor crescer. E isso vale para os reguladores também. As pessoas se espelham muito nos Estados Unidos".

"Com mais clareza e direção, com certeza ajuda a impulsionar o crescimento da indústria, garantir isso. Os reguladores, as empresas e os agentes autônomos estão pensando de forma mais séria, porque não querem perder o trem", avalia.

A executiva da Binance também acredita que esse movimento "não é apenas a atitude de um governo, mas sim uma adoção crescente e a ascensão de casos de uso de cripto. É o caso das stablecoins, e as jurisdições ao redor do mundo estão realmente integrando cripto no dia a dia. Cripto dá uma eficiência maior no sistema financeiro, melhora a vidade das pessoas".

Para Chen, esse movimento tende a ter impactos profundos no mercado, inclusive no preço dos ativos. Apesar dessa tendência não atingir todas as criptomoedas, ela pontua que "estamos vendo um crescimento de investimentos institucionais nas principais criptos, como o bitcoin, o ether e o BNB, e esse dinheiro institucional costuma ser mais perene. Quando o investidor decide alocar, esse investimento dura bastante, porque o próprio processo de decisão dura mais".

"Por causa disso, são investidores menos prováveis de ficar sair e entrando. Conforme essa parcela continua subindo, pode ter uma queda de volatilidade nos preços. É uma maturação da classe de ativos, e as maiores provavelmente terão uma redução de volatilidade. É algo positivo", avalia.

Já sobre os motivos por trás dos investimentos institucionais no bitcoin, a executiva acredita que o movimento está sendo influenciado pela possibilidade do ativo servir como um "ouro digital".

"Se você conversa com os institucionais mais conscientes sobre a alocação, eles consideram que a razão dessa alocação é porque é o ativo com crescimento mais rápido, o ETF que cresceu muito mais. Ele cresceu mais que o ouro, a comparação mais óbvia, e o bitcoin é digital. São coisas inegáveis. Então isso já é sim uma consideração central para os investidores", afirma.

*O jornalista viajou para Dubai a convite da Binance

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